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ONU aprova resolução sobre cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza

Houve 14 votos a favor - incluindo os membros permanentes Rússia, China, Reino Unido e França - e uma abstenção, dos Estados Unidos

25 mar 2024 - 14h21
(atualizado em 10/4/2024 às 16h52)
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O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (25) uma resolução de cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas. O texto também exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

Conselho de Segurança da ONU
Conselho de Segurança da ONU
Foto: Reprodução / UN Web TV / Perfil Brasil

A resolução foi proposta pelos dez membros eleitos do órgão - Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça - e "enfatiza a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção dos civis em toda a Faixa de Gaza".

É a primeira vez que conseguiram aprovar um cessar-fogo no território palestino. A medida coincide com o mês do Ramadã, período sagrado para os muçulmanos, que teve início há 15 dias e termina em 9 de abril.

Israel não é obrigado a adotar as resoluções do Conselho de Segurança, porém, após a votação, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que o governo israelense acatasse a decisão do conselho. "Esta resolução deve ser implementada. O fracasso seria imperdoável", escreveu em sua conta no X.

EUA se abstiveram na votação da ONU

Nenhum país votou contra a medida. Houve 14 votos a favor - incluindo os membros permanentes Rússia, China, Reino Unido e França - e uma abstenção, dos Estados Unidos.

"Certas edições importantes foram ignoradas, incluindo nosso pedido para adicionar uma condenação ao Hamas. Não concordamos sobre tudo o que consta da resolução. Por esse motivo, não pudemos votar 'sim'. Mas apoiamos plenamente alguns dos objetivos críticos desta resolução não vinculativa e acreditamos que era importante que o conselho se manifestasse e deixasse claro que qualquer cessar-fogo deve vir acompanhado da libertação dos reféns", explica a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, após a aprovação.

Após a abstenção norte-americana, o primeiro-minisitro Benjamin Netanyahu cancelou a visita de uma delegação que seria chefiada pelo ministro da Defesa Yoav Gallant à Casa Branca. Segundo um comunicado do gabinete do premier, divulgado pela agência estatal israelense Kann, "os EUA recuaram da sua posição consistente no Conselho de Segurança que ligava um cessar-fogo à libertação dos reféns".

Ao longo da guerra, os Estados Unidos rejeitaram quatro propostas de resolução buscando alcançar um cessar-fogo imediato. Em duas das últimas propostas, que incluíam demandas como o cessar-fogo e a libertação imediata dos reféns, os EUA foram os únicos a votar contra, já que, de acordo com as regras do Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes têm o poder de veto.

Por isso, houve surpresa global na última semana quando o secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou que os EUA propuseram um projeto de resolução pedindo um cessar-fogo imediato, associado à libertação dos reféns. O projeto foi submetido à votação, mas foi rejeitado por Rússia e China, que argumentaram que o texto não esclarecia claramente as demandas e poderia ser interpretado de maneira a justificar a invasão de Rafah por Israel.

Pouco depois da reprovação da proposta apresentada na segunda-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, afirmou que a abstenção na votação não indicava uma mudança na política dos Estados Unidos. Ele explicou que os EUA apoiam um cessar-fogo, mas se abstiveram porque a resolução não condenava o Hamas.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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