ONU confirma morte de 5 pessoas em protestos na Venezuela
Até o momento, pelo menos 239 manifestantes ficaram feridos
Pelo menos cinco manifestantes morreram, sendo três menores de idade, e 239 ficaram feridos durante os protestos na Venezuela, em apenas dois dias, informou a Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, nesta sexta-feira (3).
O balanço foi revelado pelo alto comissariado da ONU para Direitos Humanos e diz respeito aos resultados das manifestações realizadas nos dias 30 de abril e 1 de maio. O relatório é o primeiro levantamento independente apresentado sobre a crise venezuelana e afirma que pelo menos duas das vítimas foram mortas por cidadãos que fariam parte de milícias favoráveis ao governo de Nicolás Maduro. Entre os mortos, há três menores de idade, sendo um de 15 anos, que foi assassinado no estado de Mérida, e outro de 16 anos em Aragua. Ao todo, desde janeiro, segundo a ONU, 49 pessoas perderam a vida nos confrontos. Além disso, a entidade revelou que 240 venezuelanos foram presos, incluindo 17 menores. Entre os 239 feridos, 18 foram atingidos por tiros. Cinco jornalistas estariam entre os baleados. "Seguimos com grande preocupação a situação na Venezuela", afirmou a porta-voz do escritório, Ravina Shamdasani, ressaltando que as autoridades venezuelanas precisam garantir "que as operações sejam conduzidas por forças de segurança", em vez de grupos armados. Desde o dia 30 de abril, Caracas é palco de atos convocados pelo autoproclamado presidente da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, que chegou a anunciar o apoio das Forças Armadas para tentar retirar Maduro do poder. O líder chavista, por sua vez, garante que o Exército ainda está ao seu lado. Ontem (2), Guaidó, que é reconhecido por mais de 50 países, voltou a convocar uma "greve ou protesto social" para a próxima semana.
"Convoco todos os setores do país para fazer pronunciamentos exigindo a cessação da usurpação, a atuação constitucional das Forças Armadas, sua participação na Operação Liberdade, organizar e realizar um dia de greve ou protesto setorial durante a próxima semana", escreveu em sua conta no Twitter.