ONU diz que há milhares de mortos a mais na Ucrânia do que relatado oficialmente
Conflito no país está na 11ª semana e não tem previsão de término
Há milhares de civis mortos na Ucrânia além dos 3.381 relatados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em quase 11 semanas de guerra no país, disse nesta terça-feira a chefe da Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia.
A equipe da ONU, que inclui 55 monitores na Ucrânia, disse que a maioria das mortes ocorreu devido ao uso de armas explosivas com uma ampla área de impacto, como mísseis e ataques aéreos.
"Temos trabalhado em estimativas, mas tudo o que posso dizer por enquanto é que é milhares mais alto do que os números que lhe demos atualmente", disse Matilda Bogner em uma coletiva de imprensa em Genebra, quando questionada sobre o número total de mortos e feridos.
"O grande buraco negro é realmente Mariupol onde tem sido difícil para nós ter acesso total e obter informações totalmente corroboradas", acrescentou, referindo-se à cidade portuária no sudeste da Ucrânia que tem visto os combates mais pesados da guerra.
A Rússia nega ter como alvo os civis e chama sua invasão, lançada em 24 de fevereiro, de "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e livrá-la do que ela chama de nacionalistas anti-russos fomentados pelo Ocidente. A Ucrânia e o Ocidente dizem que este é um falso pretexto para travar uma guerra de agressão não provocada.
Bogner disse que sua equipe também estava investigando o que descreveu como "alegações confiáveis" de tortura, maus-tratos e execuções pelas forças ucranianas contra as forças invasoras russas e grupos armados afiliados.
"Em termos da extensão das violações pelas forças ucranianas --embora a escala seja significativamente maior do lado das alegações contra as forças russas--, também estamos documentando as violações pelas forças ucranianas", disse ela.