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ONU faz reunião emergencial após ataque à usina na Ucrânia

4 mar 2022 - 19h10
(atualizado às 19h19)
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Após o ataque à central de Zaporizhzhia, que deixou o mundo preocupado com um possível acidente nuclear, o Conselho de Segurança da ONU decidiu fazer uma reunião de emergência para discutir a situação na Ucrânia nesta sexta-feira (4).

ONU faz reunião emergencial após ataque à usina na Ucrânia
ONU faz reunião emergencial após ataque à usina na Ucrânia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Em seu pronunciamento, o embaixador da Ucrânia, Sergyi Kyslytya, afirmou que a Rússia cometeu "terrorismo nuclear" ao tomar a usina, onde houve baixa entre funcionários que tentavam defender o local.

"A unidade de geração de energia 1 está parada, parte do edifício está danificada. Unidades 2 e 3 estão desconectadas da matriz e o resfriamento está sendo conduzido. A Unidade 4 produz energia e a 5 e a 6 estão pausadas. O órgão de vistoria de energia atômica da Ucrânia não teve acesso à usina", disse o diplomata, acrescentando que, mesmo assim, não houve alteração no nível de radiação do local.

Kyslytya pediu para a comunidade internacional responder "à altura" do ataque russo, o que considerou "um desrespeito ao tratado de não proliferação de armas nucleares". "O povo da Ucrânia está fazendo mais do que pode fazer, está pagando o preço máximo, incluindo com a própria vida", ressaltou.

Já o embaixador da Rússia, Vassily Nebenzya, culpou os ucranianos de atacarem tropas russas e incendiarem um edifício na usina de Zaporizhzhia.

Para o diplomata russo, "o objetivo é garantir a segurança da usina e não interrupção no fornecimento de energia para a Ucrânia e territórios europeus", além de "evitar que nacionalistas ucranianos, bem como outros terroristas, se beneficiem e façam provocações nucleares".

Nebenzya disse ainda que a reunião do conselho é "uma tentativa das autoridades de Kiev de criar narrativas artificiais" e "o Ocidente está ajudando".

Por sua vez, o representante brasileiro junto à ONU, embaixador Ronaldo Costa Filho, expressou preocupação com o conflito militar na Ucrânia, em especial à tomada da usina nuclear de Zaporizhzhia, e ressaltou que o mundo está enfrentando circunstâncias assustadoras com a catástrofe humanitária.

"É apenas uma razão a mais para que a comunidade internacional reforce o apelo por um cessar-fogo imediato e também a suspensão de todas as hostilidades na Ucrânia. Estamos sob a ameaça de um incidente radioativo de grandes proporções que poderia ter consequências enormes não apenas para a Ucrânia, mas também para toda a Europa", disse.

O brasileiro também criticou o conselho da ONU por não conseguir obter resultados concretos e fez um apelo para que Rússia e Ucrânia busquem uma resolução pacífica.

"Não estamos no tempo de escalar a violência da retórica e, sim, buscar a paz, criar um ambiente que leve ao cessar-fogo e a uma paz duradoura", enfatizou.

Por fim, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que o mundo evitou por pouco uma catástrofe nuclear quando um incêndio ocorreu durante a tomada russa da usina de Zaporiszhzhia.

Na reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, ela afirmou que o ataque refletiu uma "nova escalada perigosa" e exigiu que a Rússia dê garantias de que uma ação como essa não acontecerá novamente.

Logo depois, a Casa Branca anunciou que os Estados Unidos estão avaliando se a Rússia cometeu crimes de guerra, mas ainda não chegaram a nenhuma conclusão.

Para o governo americano, o ataque russo contra a usina nuclear na Ucrânia foi o "cúmulo da irresponsabilidade".

Ansa - Brasil
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