Operação para expulsar Estado Islâmico da Síria emperra em retirada de civis
A operação para destruir os último vestígios da presença do Estado Islâmico no Iraque e na Síria emperrou temporariamente nesta quinta-feira, já que uma retirada esperada dos civis remanescentes do último enclave do grupo no leste sírio não aconteceu.
As Forças Democráticas Sírias (SDF), que têm apoio dos Estados Unidos e vêm expulsando os jihadistas rio Eufrates abaixo continuamente, os cercou em Baghouz, perto da fronteira iraquiana, mas não querem realizar um ataque final até todos os civis terem sido retirados.
Fontes do Iraque disseram que as SDF entregaram mais de 150 jihadistas iraquianos e estrangeiros ao Iraque nesta quinta-feira, parte de um acordo que contempla um total de 502.
As SDF esperavam retirar os últimos civis de Baghouz ainda nesta quinta-feira, mas os caminhões que enviou partiram vazios. "Não podemos dar detalhes, mas hoje nenhum civil saiu", disse Mustafa Bali, uma autoridade do grupo, à Reuters.
Baghouz é tudo que resta ao Estado Islâmico na região do vale do Eufrates, que se tornou seu último bastião povoado no Iraque e na Síria depois que perdeu as grandes cidades de Mosul e Raqqa em 2017.
Sua captura levará a guerra síria de oito anos a uma nova fase, e a promessa do presidente dos EUA, Donald Trump, de chamar suas tropas de volta deixará um vácuo de segurança que outras potências estão tentando preencher.
Embora a queda de Baghouz seja um marco na campanha contra o Estado Islâmico e no conflito mais amplo na Síria, a facção ainda é vista como uma grande ameaça de segurança.
O grupo vem adotando a guerra de guerrilha e ainda ocupa territórios em uma área remota e escassamente povoada a oeste do rio Eufrates - uma parte da Síria de resto controlada por Damasco e seus aliados russos e iranianos.
Bali disse à Reuters que as SDF atacarão Baghouz assim que a retirada dos civis for finalizada. Ele não disse quanto tempo mais é necessário para acabar com os últimos militantes do Estado Islâmico, nem deu uma nova estimativa de quantos combatentes ainda restam.
Anteriormente as SDF estimaram que várias centenas - que se acredita serem sobretudo jihadistas estrangeiros - ainda estão no local.
Uma testemunha da Reuters viu aviões de guerra sobre Baghouz nesta quinta-feira, mas não relatou sons de combate ou bombardeio.