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Oposição da Venezuela segue busca por reconhecimento de vitória eleitoral, mas opções são limitadas

15 ago 2024 - 08h37
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A coalizão de oposição da Venezuela ainda está pressionando pelo reconhecimento do que diz ser sua vitória retumbante na eleição presidencial do mês passado, mas suas opções estão diminuindo à medida que a atenção internacional é atraída para outros lugares, disseram analistas e fontes da oposição.

Manifestante se cobre com bandeira durante vigília em homenagem aos detidos após resultados eleitorais contestados na Venezuela
 8/8/2024    REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Manifestante se cobre com bandeira durante vigília em homenagem aos detidos após resultados eleitorais contestados na Venezuela 8/8/2024 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Foto: Reuters

As autoridades eleitorais declararam que o presidente Nicolás Maduro ganhou um terceiro mandato na disputa de 28 de julho, enquanto as contagens coletadas pela oposição mostram uma vitória para o candidato da oposição Edmundo González.

Reclamando de fraude eleitoral de Maduro, manifestantes saíram às ruas. Os protestos, classificados pelo governo como violência fascista, mataram 23 pessoas e levaram a cerca de 2.400 prisões.

Esse é um cenário familiar para a Venezuela, onde protestos, sanções e a declaração de uma presidência interina liderada pela oposição, reconhecida por países ocidentais, não conseguiram destituir Maduro nos últimos anos.

Com os líderes militares prometendo apoiá-lo, os caminhos da oposição parecem limitados.

Por enquanto, a oposição está concentrando sua resposta em uma exigência de publicação dos resultados completos das votações, de acordo com quatro fontes da oposição que não quiseram ser identificadas. Elas disseram que a oposição está aberta a negociações com o partido governista e espera que a pressão internacional possa eventualmente dar frutos.

González e a líder da oposição María Corina Machado, que liderou sua campanha, também conclamaram seus partidários a manterem os protestos, com Machado lançando a ideia de possíveis incentivos para que figuras do partido governista deixem o poder.

Até o momento, o governo se recusou a entrar em negociações "porque dentro do partido governista não há uma posição acordada", disse Machado a jornalistas nesta semana. "Há grupos que estão claramente dispostos a negociar e a pressionar para que isso ocorra, e outros que não estão, que estão entrincheirados e dispostos a fazer qualquer coisa."

As apurações em posse da oposição e publicadas online mostram que González obteve cerca de 7 milhões de votos, mais do que o dobro dos 3,3 milhões de Maduro. Os números estão de acordo com as pesquisas de boca de urna independentes.

O conselho eleitoral nacional não publicou os resultados completos, mas afirma que Maduro venceu com cerca de 51% dos votos. Seu site está fora do ar desde as primeiras horas do dia 29 de julho.

O tribunal superior da Venezuela - considerado pela oposição como um braço do partido governista - disse que ainda está verificando os resultados, mas que a oposição não apresentou provas de suas apurações.

O governo também ainda está revisando seus cálculos sobre quantos votos a oposição pode ter recebido, disse uma fonte próxima ao partido governista, que não quis se identificar.

"Um diálogo teria que reconhecer um processo eleitoral em que a oposição fosse a vencedora", afirmou Maria Isabel Puerta, professora de ciência política do Valencia College, na Flórida, acrescentando que os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia poderiam desviar a atenção internacional da Venezuela.

PRESSÃO INTERNACIONAL

Uma fonte da oposição disse estar confiante de que Brasil, Colômbia e México podem exercer pressão sobre Maduro, mas "a pressão interna não deve cessar".

Estados Unidos, Argentina e Chile, entre outros países, têm exigido repetidamente que o governo publique as contagens completas, enquanto Brasil, Colômbia e México - cujos líderes têm sido tradicionalmente mais amigáveis com Maduro - estão trabalhando para estabelecer conversações entre Maduro e González.

Mas as nações ocidentais, cautelosas com os fracassos diplomáticos anteriores, deram poucos sinais de que planejam implementar rapidamente medidas mais duras, incluindo novas sanções, em resposta à disputa.

Rússia, China e outros países parabenizaram Maduro por sua vitória.

"Sinto que pelo menos a disposição de não ter fechado completamente o canal (de comunicação) com Brasil, México e Colômbia é um bom sinal e esperamos ver o que acontecerá nesta semana, o que considero crucial", disse Machado.

Ela descartou a possibilidade de repetir a eleição, disseram duas fontes diplomáticas à Reuters nesta semana.

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