Opositor venezuelano que estava em residência diplomática argentina se entregou, dizem fontes
Um dos seis representantes da oposição venezuelana que vivem na residência diplomática argentina em Caracas se entregou ao gabinete do procurador-geral, informaram uma fonte judicial e outra fonte com conhecimento do assunto.
Os opositores estão na residência desde que foram emitidos mandados de prisão em março, parte do que a oposição diz ser uma feroz repressão do governo à dissidência antes, durante e depois da contestada eleição de julho, que tanto o presidente Nicolás Maduro quanto a oposição afirmam ter vencido.
Fernando Martínez Mottola, assessor da líder da oposição María Corina Machado, que está escondida, apresentou-se voluntariamente ao gabinete do procurador-geral, disse a fonte judicial na noite de quinta-feira. A oposição considera a procuradoria um instrumento de Maduro.
Martínez está em sua própria casa, afirmou a fonte com conhecimento do assunto na noite de quinta-feira, sem dar mais detalhes.
Martínez e outros cinco foram acusados de conspiração.
A residência argentina está atualmente sob custódia do Brasil depois que Buenos Aires cortou relações com Caracas por causa da disputa eleitoral.
Maduro foi declarado vencedor pelas autoridades eleitorais e pelo tribunal superior do país, embora as autoridades não tenham oferecido a apuração dos votos nas urnas.
A oposição publicou a apuração das urnas em um site público que, segundo ela, mostra que seu concorrente, Edmundo González, venceu com folga a disputa. Desde então, González fugiu para a Espanha.
A Argentina concedeu asilo e passagem segura aos seis membros da oposição após os mandados, mas o governo da Venezuela não permitiu que eles saíssem.
A oposição da Venezuela, vários países ocidentais e algumas organizações internacionais condenaram a eleição como não transparente e pediram a publicação completa das cédulas.
O governo diz que a oposição conspirou com países como os Estados Unidos para atacar a rede elétrica da Venezuela e derrubar Maduro, e acusa Machado regularmente de terrorismo.