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Orbán gera revolta ao dizer que não quer 'mistura de raças'

Fala do líder húngaro lembrou discursos nazistas na 2ª GM

25 jul 2022 - 09h59
(atualizado às 10h12)
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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, gerou revolta entre partidos e especialistas do país ao dizer que o povo local "não quer uma mistura de raças", querendo se manter "como uma raça húngara pura".

Orbán teve fala racista durante evento na Romênia
Orbán teve fala racista durante evento na Romênia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A fala foi feita durante um evento na Romênia e publicada pelo jornal Nepszava. Durante seu discurso, Orbán disse que a Europa ocidental já está "muito misturada" e que "até 2050 não haverá mais nações, mas só uma população mestiça". "Se não tivermos uma virada demográfica, a nossa população será substituída por estrangeiros", pontuou ainda falando em "Europa cristã".

Uma das principais deputadas da oposição ao premiê, Katalin Cseh, condenou as falas e disse que essa "explosão racista" sem sentido não deve ser tolerada. "Se você tem uma cor da pele diferente, você pode vir da Europa ou de outros países: você é um de nós. A diversidade só fortalece o país, não enfraquece", afirmou.

O deputado romeno Alin Mituta usou as redes sociais para classificar como uma "vergonha ter que ouvir as referências étnicas no discurso de Viktor Orbán na Romênia".

Já o historiador húngaro Krisztian Ungvary, classificou a fala como "um verdadeiro discurso nazista".

O especialista em assuntos internacionais Istvan Szent-Ivanyi, lembrou das últimas atitudes do governo - como querer aumentar a compra de gás da Rússia e bloquear um acordo internacional sobre uma taxação única das grandes empresas transnacionais - e também da postura adotada pelo país na crise migratória que afetou a Europa nos últimos anos.

"Orbán quer fazer a Hungria ficar de fora da guerra da Ucrânia, das migrações, da taxa mínima global e da recessão econômica, mas com esses discursos racistas, ele vai acabar ficando fora só da União Europeia", disse.

O governo de Budapeste está sofrendo com uma série de ações judiciais do bloco europeu por conta de suas leis contra minorias e reformas que ampliam o poder do Executivo na interferências de outros poderes. No entanto, até o momento, nenhum porta-voz ou líder do bloco europeu se manifestou sobre o discurso. .

Ansa - Brasil
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