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Ordem do governo francês de fechar bares para conter coronavírus causa revolta em Marselha

24 set 2020 - 08h56
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Líderes cívicos de Marselha reagiram com revolta ao fechamento dos bares e restaurantes da cidade nesta quinta-feira, dizendo que não foram consultados pelo governo francês, que ordenou as medidas para conter uma alta de casos de Covid-19.

Pessoas caminham com máscaras de proteção em Marselha
17/09/2020 REUTERS/Eric Gaillard
Pessoas caminham com máscaras de proteção em Marselha 17/09/2020 REUTERS/Eric Gaillard
Foto: Reuters

O ministro da Saúde, Olivier Véran, ordenou que os bares e restaurantes de Marselha fiquem fechados durante duas semanas a partir da próxima segunda-feira depois de submeter a cidade e a região circundante do litoral do Mediterrâneo ao nível de alerta máximo de disseminação do vírus.

Políticos locais disseram que a medida é desproporcional aos riscos e que devastará a economia.

"Foi com surpresa e raiva que eu soube de uma decisão sobre a qual a prefeitura de Marselha não foi consultada", tuitou a prefeita marselhesa, Michèle Rubirola.

"Não há nada na situação de saúde pública que justifique esta medida. Não permitirei que as pessoas de Marselha se tornem vítimas de decisões políticas que ninguém entende."

A prefeitura de Marselha pediu um indulto de 10 dias antes de adotar as novas restrições.

"A epidemia declinou nos últimos dias", disse o primeiro vice-prefeito, Benoît Payan, aos repórteres.

"Estou pedindo ao governo 10 dias antes de as novas medidas entrarem em vigor", também disse ele.

Renaud Muselier, presidente do conselho regional de Provença-Alpes-Costa Azul, que inclui Marselha, disse que os fechamentos equivalem a uma punição coletiva aos moradores de sua região.

"Esta decisão é unilateral, mal concebida e injusta", escreveu ele no Twitter.

Respondendo às críticas, Véran tuitou que o fechamento de bares e restaurantes foi pensado para proteger o povo de Marselha porque a epidemia está se agravando e que alertou as autoridades locais com antecedência.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, também expressou sua discordância depois que a capital francesa e seus subúrbios foram declarados na quarta-feira "zonas reforçadas de perigo", o que significa que bares e restaurantes terão que fechar o mais tardar às 22h.

Hidalgo disse em um vídeo exibido pela BFM TV que as novas medidas foram ordenadas sem consulta prévia.

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