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AI pede a Israel que não alimentem presos a força

Anistia Internacional também quer alteração de lei que permite que réus fiquem detidos sem saber do que são acusados

25 jun 2015 - 13h59
(atualizado às 15h09)
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Tanques israelenses perto da fronteira com a Faixa de Gaza
Tanques israelenses perto da fronteira com a Faixa de Gaza
Foto: Amir Cohen / Reuters

A Anistia Internacional (AI) pediu nesta quinta-feira (25) que Israel não aprove uma lei que permite alimentar a força presos em greve de fome e mude também as regras sobre a prisão administrativa no país, que podem deixar os réus detidos indefinidamente sem saber do que são acusados.

"Israel já pratica a alimentação a força de prisioneiros em greve de fome, mas agora vai tentar legalizar a prática com essa lei que já está no parlamento", explicou à Agência Efe a porta-voz da AI, Mariam Farah.

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Por ocasião da celebração do Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, o AI denunciou a prática israelense, que classifica como "cruel e desumana" e pode ser considerada como uma espécie de tortura contra os detidos.

"O projeto de lei representa uma violação dos direitos humanos e da dignidade dos presos, que têm sim direito a fazer greve, como deixa claro a Declaração de Malta", disse a porta-voz.

Mariam afirmou que a aprovação da legislação tenta "esconder as práticas rejeitadas pelos presos na prisão administrativa", caso do palestino Khader Adnan, que está há 54 dias sem comer.

"Adnan está arriscando sua vida para exigir o fim da prisão administrativa. O governo israelense escolhe ignorar essa injustiça e silenciar todo o protesto. A alimentação a força não foi e não será a solução", afirmou em comunicado o diretor da AI no país, Yonatan Gher.

A organização internacional de direitos humanos disse que 396 pessoas estão em situação de detenção administrativa no país, uma medida utilizada fundamentalmente contra palestinos. Ela permite a prisão por seis meses renováveis por um período ilimitado, sem acusação formal ou que o preso tenha acesso a um advogado.

"A detenção administrativa existe em outros países como o Egito e Marrocos, mas com mais limitações, não com esses prazos que podem ser renovados eternamente", explicou Mariam.

"O AI pede às autoridades israelenses a deixar em liberdade todos os presos administrativos ou acusá-los de um crime reconhecido pela legislação internacional, permitindo que eles tenham um julgamento justo. É uma forma de detenção arbitrária que não cumpre os padrões internacionais de um julgamento justo. É uma prática ilegal utilizada contra ativistas políticos, membros do parlamento, acadêmicos e outros palestinos", pediu a organização em nota.

Israel pode ser denunciado por crimes de guerra:
EFE   
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