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Ajuda humanitária chega a Gaza após cessar-fogo na região

Desde 8 de julho, início das hostilidades, mais de 2.140 palestinos morreram na estreita faixa de terra localizada entre Israel, Egito e o mar Mediterrâneo

28 ago 2014 - 17h37
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Nesta quinta-feira, ajuda humanitária e produtos de consumo começaram a entrar, na Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters

Ajuda humanitária e produtos de consumo começaram a entrar, nesta quinta-feira, na Faixa de Gaza, território palestino devastado por 50 dias de uma guerra violenta, onde a população aguarda, após o cessar-fogo, uma flexibilização do bloqueio imposto por Israel.

Na terça-feira à noite, israelenses e palestinos encerraram a guerra - a terceira em seis anos em Gaza - após um acordo de cessar-fogo por tempo indefinido. Desde então, os moradores de Gaza tentam retornar à normalidade em um território destruído pelos bombardeios.

Desde 8 de julho, início das hostilidades, mais de 2.140 palestinos morreram na estreita faixa de terra localizada entre Israel, Egito e o mar Mediterrâneo. Onze mil pessoas ficaram feridas.

As perdas materiais foram gigantescas também. Quase 500.000 moradores - 25% da população - deixaram suas casas em consequência da guerra e muitos perderam as residências. No total, 55.000 casas foram atingidas pelos bombardeios israelenses e 17.200 outras foram total ou quase totalmente destruídas, segundo a ONU.

Quase 100.000 pessoas precisam de ajuda urgente de moradia, de acordo com as Nações Unidas.

O bloqueio que asfixia a economia do território impede a entrada de muitos materiais de construção. Israel veta a passagem de produtos que podem ser usados na fabricação de armas, especialmente foguetes, ou na construção de túneis utilizados para atacar o Estado hebreu.

Mas depois do acordo que permitiu o cessar-fogo, obtido com a mediação do Egito, Israel se comprometeu a flexibilizar o bloqueio econômico a Gaza.

Israel deve suspender as restrições impostas aos pescadores de Gaza, de maneira concreta a limitação de navegar a três milhas náuticas para ampliar a faixa a seis milhas (cerca de 9 km) e posteriormente a 12 milhas (cerca de 18 km).

Israel indicou ainda uma flexibilização das restrições à entrada de bens e autorizou o trânsito da ajuda humanitária e de alguns materiais de construção pelas passagens de Erez e Kerem Shalom.

Nesta quinta-feira em Kerem Shalom era possível observar uma longa fila de caminhões, a maioria com mercadorias para as lojas de Gaza. Outros tinham a sigla da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) e transportavam ajuda humanitária.

Mas nenhum material de construção entrava no local.

Palestinos voltam para casa depois de cessar-fogo:

Os israelenses controlam todas as passagens de fronteira de Gaza, com exceção de Rafah, que liga o território com o Egito. Na quarta-feira, pela primeira vez desde 2007, um comboio de ajuda humanitária do PAM (Programa Mundial de Alimentos) atravessou a fronteira egípcia e entrou na Faixa de Gaza, com alimentos suficientes para 150.000 pessoas durante cinco dias.

Mais de 200 toneladas de ajuda humanitária da Arábia Saudita, de Omã e da Turquia também entraram por Rafah na Faixa de Gaza.

Após o início do cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez advertências.

"O Hamas foi duramente golpeado e não obteve nenhuma de suas demandas para assinar o cessar-fogo. Não vamos tolerar nenhum lançamento de foguete contra Israel e nossa resposta será ainda mais dura".

O líder do movimento islâmico palestino Hamas, Khaled Meshaal, por sua vez, rejeitou qualquer tentativa de desarmar seus combatentes na Faixa de Gaza.

"As armas da resistência são sagradas. E nós não vamos aceitar que sejam colocadas na agenda" de discussões das próximas negociações previstas pelo acordo de cessar-fogo em Gaza, disse Meshaal durante uma coletiva de imprensa em Doha (Qatar), onde vive no exílio.

"Esta questão não pode ser objeto de barganha ou negociação. Ninguém pode desarmar o Hamas e sua resistência", acrescentou, desafiando o Netanyahu, que faz do desarmamento do movimento islâmico um pré-requisito para qualquer acordo de longo prazo.

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A maioria dos israelenses acredita que nem Israel nem o Hamas venceram a guerra na Faixa de Gaza.

Para 54% dos israelenses, nenhuma parte saiu vitoriosa do conflito, contra 26% que apontam a vitória de Israel e 16% que citam o Hamas, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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