Al Qaeda é expulsa de cidade no Iêmen após matar 20 soldados em conflitos
Combatentes da Al Qaeda capturaram a capital de uma província no sul do Iêmen matando cerca de 20 soldados, antes de serem expulsos da localidade pelo Exército na sexta-feira, disseram autoridades locais e residentes.
Os conflitos aconteceram horas depois de ataques suicidas que mataram 137 pessoas na capital nacional Sanaa, em ações coordenadas pelo Estado Islâmico, um grupo radical egresso da Al Qaeda que controla porções dos territórios da Síria e do Iraque.
Conflitos também aconteceram no norte do país na sexta-feira entre tribos locais e a milícia Houthi, que controla Sanaa, ilustrando a ampla e difusa natureza da crise de Segurança no Iêmen.
O Iêmen está à beira da guerra civil desde o ano passado, quando os Houthis - que pertencem à uma seita derivada do islamismo xiita - avançaram de sua terra natal no norte do país, comprometendo ainda mais a segurança interna do país e abrindo mais espaço para o grupo sunita Al Qaeda operar.
Países ocidentais e os vizinhos do Iêmen no golfo vêem a Al Qaeda da Península Árabe (AQAP, na sigla em inglês) como o braço mais perigoso da Al Qaeda depois de suas tentativas de ataques à companhias aéreas internacionais e de incursões na Árabia Saudita, um dos grandes exportadores de petróleo da região. Washington tem promovido uma guerra aérea com drones contra os militantes.
Combatentes da AQAP capturaram al-Houta, capital da província de Lahj, no sul do país, na sexta-feira mas foram forçados a se retirar no mesmo dia, depois de manterem a posição por várias horas, disseram autoridades residentes. Duas brigadas do Exército ocuparam a cidade então.
Não houve relatos sobre casualidades entre os militantes.
Houta está a apenas 30 quilômetros do porto de Aden, no oceano índico, onde o presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi baseou temporariamente o governo desde que escapou da prisão em casa em Sanaa pela milícia Houthi.
Nos últimos dois dias, aviões de guerra não identificados bombardearam o palácio em Aden onde Hadi está ficando.
Os conflitos no norte na sexta-feira aconteceram nas fronteiras de Marib e al-Baydha, segundo uma autoridade do governo, mas não houve relatos imediatos de casualidades.
(Por Mohammed Mukhashaf e Mohammed Ghobari)