As forças do regime sírio cometem "crimes contra a humanidade" com seus bombardeios indiscriminados à cidade de Aleppo, afirmou nesta terça-feira a Anistia Internacional, que criticou ainda os "crimes de guerra" cometidos pelos rebeldes.
Em um novo relatório, a ONG afirma que os contínuos ataques aéreos do regime sírio contra a antiga capital econômica do país obrigaram a população a "levar uma vida subterrânea".
"Algumas ações do governo em Aleppo equivalem a crimes contra a humanidade", afirmou a ONG, que condena "os terríveis crimes de guerra e outros abusos cometidos diariamente na cidade pelas forças governamentais e os grupos da oposição".
O relatório critica especialmente o uso de barris repletos de explosivos nos ataques da aviação do regime, que segundo a ONG matam de maneira indiscriminada.
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"Ao atacar de maneira deliberada e contínua os civis, o governo parece ter optado por uma política insensível de castigo coletivo contra a população civil de Aleppo", afirmou o responsável da Anistia para o Oriente Médio, Philip Luther.
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A ONG criticou ainda os grupos rebeldes em Aleppo, cidade dividida desde 2012 entre os insurgentes, no leste, e as forças do regime, no oeste.
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Segundo o relatório, os rebeldes cometeram "crimes de guerra" ao utilizar "armas imprecisas como morteiros e foguetes artesanais fabricados a partir de bujões de gás".
Projéteis disparados por rebeldes contra o setor oeste da cidade mataram mais de 600 civis em 2014, segundo a Anistia.
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No mesmo período, os barris carregados com explosivos mataram ao menos 3 mil civis na província de Aleppo, afirma a ONG.
O relatório destaca que diante da situação, vários hospitais e escolas criaram espaços nos subsolos ou em bunkers subterrâneos.
Ao menos 220 mil pessoas morreram na Síria desde o início do atual conflito, em março de 2011.
Comunidade gay na Síria teme cair nas mãos Estado Islâmico:
Malak, 13, olha pela janela do apartamento onde mora com seu pai e outros dois refugiados em Atenas
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
O refugiado sírio Malak, 13 anos, já não vai à escola há dois anos.Seu pai Fewaz, 44, está preocupado quanto ao futuro do filho e seu bem-estar psicológico. Embora a relação seja tumultuada às vezes, os dois formaram uma união forte durante esse tempo no exílio
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
Fewaz prepara a refeição em uma cozinha minúscula no apartamento comunitário que ele compartilha com seu filho Malak e outros duas pessoas. Depois de fugir da Síria, Fewaz e sua família fizeram seis tentaitvas perigosas de cruzar o Mar Mediterrâneo, mas foram barrados diversas vezes
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
Fewaz mostra a foto de sua esposa. Depois que a família conseguiu chegar à Grécia, ela e os outros dois filhos continuaram a jornada para o norte para pedir asilo na Alemanha. Já Fewaz foi se juntar a Malak na Grécia e até que os dois possam se reunir com o resto da família, suas vidas estão recheadas de incertezas
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
Malak passa o tempo no parque no bairro pobre em Atenas, onde mora com seu pai, Fewaz. Eles fugiram da Síria em 2012 e, como estrangeiro, Malak tem dificuldades em fazer amigos, embora esteja estudando o idioma
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
: O sírio Fewaz trata de um ferimento em sua usando a água da torneira do banheiro após cair e machucar seu braço. Sem direito a auxílio médico do governo da Grécia, refugiados como Fewaz apelam para ajuda de ONGs ou seus próprios recursos em casos de doenças ou ferimentos
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
Fewaz, 44 anos, com seu braço enfaixado após um acidente, conversa com o jovem Malak. Pai e filho se sentem invisíveis na sociedade grega
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
Malak, 13 anos, refugiado sírio que vive em Atenas com seu pai, deixa o prédio onde mora para andar de bicicleta. Há dois anos que ele não vê sua mãe e irmãos. Na Grécia, ele e o pai têm uma relação às vezes tumultuada, mas ao mesmo tempo mantém uma união forte
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
O sírio Fewaz e seu filho Malak passam algum tempo no pátio perto de seu apartamento em Atenas. A concentração de imigrantes em seu bairro os mantém isolados da sociedade grega
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
O pai de Malak teme pela segurança de seu filho, especialmente após uma onda de ataques contra imigrantes na Grécia
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
O refugiado sírio fewaz e seu filho adolescente Malak dormem em uma cama improvisada. Apesar dos desentendimentos entre os dois, pai e filho confortam-se mutuamente da dor de estarem separado do resto da família e longe de sua terra natal
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
Fewaz senta em um banco na praça e apesar de possuir a permissão para ficar na Grécia, ele tem seus movimentos restringidos e é proibido de circular por quatro cidades gregas, incluindo Atenas. Ele e seu filho Malak aguardam para serem reunidos com o resto da família, que está na Alemanha
Foto: UNHCR/ A.DAmato / Divulgação
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Jihan tem dois filhos e fugiu da Síria há cerca de um ano. Assim como o marido, que recebeu asilo na Dinamarca, ela é cega. Ela depende de seu filho mais velho para circular em sua casa temporária na Grécia. A família espera para ser reunida novamente
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Fios elétricos expostos e paredes dilapidadas levam ao quarto da família no campo de Lavrion. Jihan é cega e depende de seu filho para andar dentro e fora de casa
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Mohamed, 7 anos, e Ahmed, 5, brincam no quarto em que eles e a mãe Jihan moram. O campo informal de Lavrion é sua casa temporária. Eles aguardam o dia em que serão reunidos com o pai Ashraf, asilado na Dinamarca
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Jihan senta no jardim do campo de lavrion, na Grécia, falando ao telefone com seu marido, asilado na Dinamarca. Com os olhos embargados em lágrimas, ela divide com Ashraf suas preocupações com os filhos
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Mohamad, 7, e Ahmed, 5, sentam no quarto que dividem com sua mãe cega Jihan. Na ausência do pai, Mohamad assume o papel de homem da casa, ajudando nas compras e afazeres
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Jihan, Mohamad e Ahmed passeiam pelo pequeno porto da cidade turística de Lavrio, na Grécia. A água relembra Jihan da perigosa jornada em que embarcaram para chegar à Europa
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Mohamad e Ahmed ajudam sua mãe cega Jihan com as compras. Embora algumas ONGs ajudam com produtos básicos e comida, ainda não é o suficiente para a família
Foto: UNHCR/ A.D Amato
A família faz um passeio diário, uma das poucas diversões que podem ter no campo de Lavrion enquanto esperam apra serem reunidos com o pai Ashraf na Dinamarca
Foto: UNHCR/ A.D Amato
A família aproveita um momento fora do campo de Lavrion. O assentamento é um ex-acampamento militar grego da década de 50, e agora é dirigido por um comitê de refugiados curdos e outros asilados
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Jihan abraça o filho Ahmed, 5 anos, enquanto o filho mais velho, Mohamad, 7, brinca no porto de Lavrio. Sua vida dentro do campo de refugiados de Lavrion contrasta com o cenário turístico da cidade
Foto: UNHCR/ A.D Amato
No pequeno quarto que divide com os filhos, Jihan escuta os filhos Mohamad e Ahmed brincarem na cama ao lado
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Jihan e seus filhos comem o café da manhã no chão do quarto onde moram no campo de Lavrion, na Grécia. Na Síria, ela trabalhava no setor público, enquanto seu marido Ashraf lecionava na Universidade de Aleppo
Foto: UNHCR/ A.D Amato
A família passeia pela praia na cidade costeira de Lavrio. Na ausência do pai, o filho Mohamad, 7, assumiu o papel de guia e ajudante nas tarefas diárias
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Jihan ajuda seu filho menor Ahmed, 5, a se vestir enquanto Mohamad lê um livro. Para enxergar melhor, Jihan precisa de um transplante de córnea, mas a cirurgia é complicada e está além da capacidade financeira da maioria das ONGs
Foto: UNHCR/ A.D Amato
O campo de Lavrion é um assentamento informal a cerca de 40 km da capital Atenas e abriga principalmente famílias sírias
Foto: UNHCR/ A.D Amato
Ahmed, 5 anos, observa outras crianças brincarem no jardim do campo de Lavrion. Na ausência de seu pai, que aguarda a família na Dinamarca, Ahmed e seu irmão ajudam sua mãe cega com as tarefas diárias
Foto: UNHCR/ A.D Amato
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