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Oriente Médio

Após derrota, analistas republicanos defendem fim do extremismo

7 nov 2012 - 15h40
(atualizado às 15h47)
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Um dia após os republicanos sofrerem uma dura derrota nas eleições presidenciais, analistas do partido consideram que o resultado das urnas indica para a necessidade de seus líderes deixarem de lado o tom extremista e altamente conservador adotado durante a campanha eleitoral.

Romney alternou entre a ala mais conservadora e os moderados durante a campanha
Romney alternou entre a ala mais conservadora e os moderados durante a campanha
Foto: Reuters

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"Nós temos um escolha: podemos nos tornar um partido regional encolhido de homens brancos de meia-idade e mais velho, ou lutar para nos tornarmos um partido governista nacional", disse ao New York Times John Weaver, estrategista republicano que trabalhou nas campanhas dos senadores John McCain e John Huntsman. "E para que isso aconteça nós temos que resolver nossos problemas com os hispânicos o mais rápido possível, nós temos que aceitar a ciência e começar a apontar algumas coisas que simplesmente não são verdade, e não tolerar os intolerantes".

Na mesma linha, Mark McKinnon, que trabalhou nas campanhas presidenciais de McCain e George W. Bush, que o partido "precisa mensagens e políticos que atraiam uma maior audiência". "Essa eleição provou que tentar expandir uma base que está encolhendo não vai dar certo. É hora de colocar alguma compaixão de volta ao conservadorismo. O partido precisa de mais tolerância, mais diversidade e uma apreciação mais profunda das preocupações da classe média", disse McKinnon ao New York Times.

Após quatro anos de intensa divisão política no país, em que a extrema-direita do Partido Republicano, ala conhecida como Tea Party, parece enfraquecida após registrar grandes vitórias nas eleições regionais de 2010 - vitórias inclusive sobre a área mais moderada do partido. Declarações extremas sobre temas sociais podem ter custado duas cadeiras no Senado aos republicanos. Todd Akin, candidato no Missouri, e Richard Mourdock, em Indiana, foram derrotados após fazerem polêmicas declarações em que se posicionaram contra o aborto mesmo em casos de estupros. Ambos foram derrotados em Estados tradicionalmente republicanos, que votaram com Romney no plano nacional.

Durante a campanha, o próprio Romney alternou entre seus comportamento mais moderado, que apresentou quando foi governador do Estado de Massachusetts, e a ala mais a direita do partido, que em alguns momentos o acusou de não ser conservador o suficiente. Após guinar nesse sentido durante as primárias, ele se reposicionou mais ao centro durante o período de debates presidenciais. Curiosamente, nessa fase sua campanha deslanchou nas pesquisas e ele foi visto pela primeira com chances reais de desbancar Obama.

Steve Schmidt, outro estrategista que trabalhou com John McCain, criticou lideranças republicanas após a vitória de Obama. Em aparição no canal MSNBC, Schmidt fez referência a série de tuítes postados pelo bilionário Donald Trump, membro da ala mais radical do partido, em que ele convocou os americanos a se unir contra o resultados das urnas. "Agora, as pessoas estão convocando revoluções e fazendo declarações extrema. É hora de os líderes republicanos eleitos se erguerem e repudiarem o nonsense, e repudiar diretamente", disse. "Há uma cultura de medo e intimidação de que você não é um verdadeiro conservador se não apoiar essas declarações mais extremas", disse.

Por outro lado, o analista republicano Fred Barnes afirma que esse tipo de reflexão pós-derrota não passa de uma "caça às bruxas" promovida pela mídia. "Não há dúvidas que a mídia vai insistir que os republicanos precisam mudar, correr na direção do centro, precisam abraçar o liberalismo social, precisam aceitar uma América que está destinada a ter um papel menor no mundo", disse Barnes em seu blog no site The Weekly Standard. "Tudo isso é besteira e os republicanos provavelmente vão rejeita isso. A ideologia não é o problema".

Contudo, ele reconhece que há um "buraco" no eleitorado do partido. "Não há hispânicos o suficiente. Enquanto dois terços do crescente bloco hispânico se alinha aos democratas, vai aumentar a dificuldade (ainda que dificilmente impossível) para os republicanos vencer a eleição nacional", afirmou. Barnes ainda lembrou que Bush foi reeleito em 2004 com 44% dos votos hispânicos. Se Romney tivesse essa margem, "ele poderia até ter vencido", disse. As minorias, em especial os hispânicos, grupo demográfico que mais cresce no país, tendem nos últimos anos a se alinhar ao Partido Democrata.

Apesar da derrota no âmbito nacional, os republicanos mantiveram a maioria na Câmara dos Representantes, órgão equivalente à nossa Câmara dos Deputados.

Fonte: Terra
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