Inspetores de armas químicas da ONU visitaram na segunda-feira vítimas de um suposto ataque com gás e colheram amostras para exames, depois de terem sido alvo de disparos contra o seu comboio a caminho dos subúrbios de Damasco.
Um médico sírio na localidade de Mouadamiya, dominada por rebeldes, disse à Reuters que os investigadores da ONU cruzaram a linha de combate vindos da capital, que permanece sob controle das forças do presidente Bashar al Assad, enquanto vários subúrbios estão dominados por rebeldes.
A ONU disse que o ataque danificou um veículo, mas não houve relatos de vítimas. Depois de visitarem o local do suposto ataque químico, os inspetores voltaram ao hotel em Damasco, segundo uma testemunha da Reuters.
A oposição síria diz que as forças governamentais mataram centenas de civis em um ataque com gás na madrugada de quarta-feira, num fato que levou potências ocidentais a cogitarem ações militares contra Assad. O governo sírio, com apoio da Rússia e do Irã, negou ter cometido o ataque com gás.
"Estou com a equipe agora", disse o médico, que se identifica como Abu Karam, por telefone à Reuters. "Estamos na mesquita Rawda, e eles estão reunidos com os feridos. Nossos profissionais médicos e os inspetores estão conversando com os pacientes e colhendo amostras das vítimas agora."
Os inspetores também planejam recolher amostras dos cadáveres.
Outro ativista da oposição disse que uma multidão estava se reunindo para expor sua insatisfação à equipe da ONU.
Em nota, a ONU disse que o primeiro carro do comboio, que tinha seis veículos, foi "deliberadamente alvejado múltiplas vezes por atiradores não-identificados na zona tampão" entre as áreas controladas pelo governo e pelos rebeldes. Os ocupantes do veículo alvejado precisaram então passar para outro carro.
"É preciso salientar que ambos os lados precisam ampliar a sua cooperação para que a equipe possa realizar em segurança seu importante trabalho", acrescentou a nota.
A Síria havia autorizado no domingo que os inspetores fossem aos subúrbios supostamente bombardeados. A TV estatal atribuiu o ataque conta a ONU a "terroristas" rebeldes, enquanto a oposição culpou milicianos pró-Assad. Há temores de que qualquer demora no acesso às áreas supostamente bombardeadas com gás inviabilizem a coleta de provas.
Há crescentes especulações de que a Otan pode usar mísseis de cruzeiro para satisfazer aos apelos por uma ação que proteja os civis sírios. O secretário norte-americano de Defesa, Chuck Hagel, disse que essa operação, se ocorrer, dependerá de uma coordenação entre os aliados ocidentais.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, abreviou uma viagem de férias para discutir o assunto com seus principais assessores de segurança.
Hagel disse em entrevista coletiva que "os Estados Unidos estão examinando todas as opções com relação à situação na Síria. Estamos trabalhando com nossos aliados e com a comunidade internacional".
"Estamos analisando a inteligência. E vamos chegar aos fatos. E, se alguma ação for realizada, será em comum acordo com a comunidade internacional e dentro do marco da justificativa legal", acrescentou.
Uma fonte graduada dos EUA disse que Hagel pretende discutir a questão com colegas da Grã-Bretanha e França.
O chanceler francês, Laurent Fabius, disse na segunda-feira que o poder de veto da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU fará com que dificilmente haja um acordo na entidade que atenda ao direito internacional.
Já seu colega britânico, William Hague, afirmou que esse desacordo não deve evitar uma resposta àquele que pode ter sido o pior ataque com gás no mundo em 25 anos.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam
Foto: Reuters
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