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Assad diz a revista que guerra na Síria será longa e difícil

Assad disse ainda que os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos na Síria desde setembro são uma “intervenção ilegal”

4 dez 2014 - 11h38
(atualizado às 13h28)
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Presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista com a revista francesa Paris Match, em Damasco. 04/12/2014
Presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista com a revista francesa Paris Match, em Damasco. 04/12/2014
Foto: SANA / Reuters

O conflito na Síria será longo e difícil e o Exército não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, disse o presidente sírio, Bashar al-Assad, em entrevista a uma revista francesa publicada nesta quinta-feira, na qual também prometeu continuar no cargo.

Assad afirmou à Paris Match que ninguém pode prever quando a guerra contra os insurgentes que desejam derrubá-lo irá acabar, mas disse que seus inimigos não conseguiram convencer a população, permitindo o avanço dos militares.

Segundo trechos da entrevista publicados na quarta-feira, Assad disse ainda que os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos na Síria desde setembro são uma “intervenção ilegal” que não fez diferença na luta contra os militantes do Estado Islâmico, que combatem as forças do governo.

“O Exército sírio não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Onde não está presente, os terroristas aproveitam para cruzar fronteiras e se infiltrar em uma área ou outra”, afirmou Assad à revista, em comentários traduzidos pela Reuters.

“Não se trata de uma guerra entre dois Exércitos, na qual um ocupa um território e o outro idem. É outro tipo de guerra. Estamos lidando com grupos terroristas que se infiltram em uma cidade ou um vilarejo. Por isso, esta guerra será longa e difícil”.

O texto também foi divulgado na mídia estatal síria nesta quinta-feira.

O levante contra Assad começou como manifestações pró-democracia pacíficas em março de 2011 e gradualmente se transformou em uma guerra civil em reação à forte repressão.

Assad disse que o Exército está progredindo em muitas regiões. Indagado se vê sua saída como a solução, declarou: “O Estado é como um navio: o capitão não foge durante a tempestade. Não deixa o convés. Se os passageiros tiverem que sair, ele é o último”.

Ele contestou uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) segundo a qual o conflito já matou quase 200 mil pessoas desde 2011, dizendo que as cifras na mídia são exageradas.

Ele desdenhou a ideia de que os militares sírios permitiram que o Estado Islâmico florescesse no começo da guerra para acabar com outros insurgentes e insinuou que os Estados Unidos ajudaram a criá-lo.

“Na realidade, o Estado Islâmico foi criado no Iraque em 2006. Foram os Estados Unidos que ocuparam o Iraque, não a Síria”, disse, acrescentando que o líder do grupo ficou em uma prisão administrada pelos EUA no país vizinho.

“Então quem criou o Estado Islâmico? A Síria ou os Estados Unidos?”.

Ele afirmou que as forças sírias não usaram armas químicas porque têm armas mais eficazes para combater “terroristas”. Grupos rebeldes, os EUA e seus aliados acusam Damasco de realizar ataques químicos.

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