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Ban Ki-moon questiona proporção de ataques de Israel em Gaza

12 ago 2014 - 21h52
(atualizado às 21h54)
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, questionou nesta terça-feira a "proporção" da operação militar israelense em Gaza e criticou ambas as partes do conflito pela falta de vontade em evitar a violência. Em entrevista coletiva, Ban considerou que a resposta de Israel aos ataques com foguetes por parte do Hamas e outras ameaças de segurança "colocou sérias dúvidas sobre o respeito (...) dos princípios de diferenciação e proporcionalidade".

Faixa de Gaza enfrenta pior crise de água da história:

"Os relatórios sobre atividades de militantes não justificam pôr em risco as vidas e a segurança de muitos milhares de civis inocentes", assinalou o diplomata, que lembrou que ordenou uma investigação sobre os ataques registrados nas instalações da ONU, nas quais a população se refugiava.

As palavras de Ban chegam depois que o Conselho de Direitos Humanos da ONU tenha anunciado a abertura de uma comissão para investigar os crimes cometidos em Gaza. Ban, que se mostrou muito crítico com ambas as partes pela "falta de vontade" em alcançar uma solução pacifica ao conflito, também disse acreditar em um cessar-fogo sustentável em Gaza.

"A última trégua conseguida pelo Egito parece estar aguentando, mas isso não é suficiente. Espero que um cessar-fogo durável possa ser alcançado em breve", disse. Nesse sentido, o secretário-geral da ONU avisou que a trégua atual é "quase a última oportunidade" para conseguir uma solução ao conflito, que, segundo ele, resultou na morte de 2 mil palestinos, 75% deles civis, incluídos 459 crianças.

"Mais crianças foram assassinados neste conflito de Gaza que nas duas crises anteriores juntas", destacou Ban. O diplomata coreano também pediu à comunidade aproveitar essa cessação temporária dos ataques para dar resposta às "urgentes necessidades humanitárias", já que mais 300 mil pessoas seguem fora de suas casas.

"A maior parte dos lares de Gaza têm pouca ou nenhuma provisão de água. Os hospitais que deveriam responder ao desastre também se encontram nas zonas de desastre", assinalou. Ban assegurou que a ONU trabalhará para reconstruir a faixa, mas deixou claro que, se não houver respostas às raízes do conflito, "outra rodada de violência e vingança está quase garantida". 

EFE   
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