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Bombardeio de Israel em Gaza mata quatro crianças

Mortes ocorrem em meio a alerta israelense para que habitantes do norte de Gaza abandonem suas casas; moradores, no entanto, não têm para onde ir

16 jul 2014 - 11h37
(atualizado às 15h10)
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A aviação israelense bombardeou durante toda a noite desta terça-feira as casas de diversos líderes e responsáveis do movimento islamita Hamas e do grupo Jihad Islâmica
A aviação israelense bombardeou durante toda a noite desta terça-feira as casas de diversos líderes e responsáveis do movimento islamita Hamas e do grupo Jihad Islâmica
Foto: Adel Hana / AP

Quatro crianças morreram nesta quarta-feira em Gaza em novos bombardeios da aviação israelense, constataram jornalistas da AFP. As bombas israelenses destruíram uma cabana na praia onde se encontrava um grupo de crianças, a 200 metros de um hotel da cidade de Gaza, onde os jornalistas se encontram hospedados.

Com a mortes desta quarta, chega a 220 o total de mortoa pela ofensiva israelense. Simultaneamente, o Exército israelense recomendou a 100 mil habitantes do norte da Faixa de Gaza abandonem suas casas "para sua própria segurança". O aviso, contudo, não resultou em um êxodo em massa de palestinos.

No dia seguinte ao fracasso do cessar-fogo proposto pelo Egito, as forças armadas israelenses intensificaram os bombardeios contra o enclave palestino, a fim de fazer parar os disparos de foguetes contra Israel. Dezesseis palestinos morreram nessa quarta-feira em uma série de ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza.

"Para sua própria segurança, solicitamos que abandonem suas residência imediatamente e compareçam a Gaza antes das 8h (2h de Brasília)", afirmam os panfletos de aviso de Israel. "Apesar do cessar-fogo, o Hamas e outras organizações terroristas continuaram lançando foguetes, muitos deles procedentes destas três zonas", explicam ainda as mensagens do Exército, que garante "não quer fazer dano" aos habitantes destas cidades.

Jornalistas da AFP no local não viram um êxodo em massa dos habitantes de Gaza, que não têm para onde fugir. "Eles jogam folhetos de suas aeronaves para dizer às pessoas que deixem suas casas. Mas para onde poderíamos ir? Melhor ficar aqui e morrer em nossas casas", disse Fassel Hassan, um residente do enclave palestino. "Onde nos abrigaríamos? Nas escolas? Elas já estão todas lotadas!", ressaltou.

Mais de 1,2 milhão de pessoas vivem nos 360 km² da Faixa de Gaza, que tem uma das maiores densidades do planeta e uma taxa de pobreza de 39% da população. Além disso, as suas fronteiras marítimas e terrestres - com Israel e Egito - estão bloqueadas.

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