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Cessar-fogo em Gaza segue em vigor sem o registro de ataques

Israel e Hamas cumpriram as primeiras 24 de 72 horas de cessar-fogo na Faixa de Gaza sem registros de ataques

6 ago 2014 - 05h37
(atualizado às 09h00)
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Palestinos aproveitam cessar-fogo para buscar alimentos em campo de refugiados organizado pela ONU em Gaza
Palestinos aproveitam cessar-fogo para buscar alimentos em campo de refugiados organizado pela ONU em Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP

O governo de Israel e o grupo radical islâmico Hamas cumpriram as primeiras 24 de 72 horas de cessar-fogo sem registros de ataques. Nesta quarta-feira, delegações de ambas as partes reúnem-se no Cairo para negociar uma trégua mais prolongada, tendo o governo egípcio como mediador.

“As conversas indiretas entre os palestinos e os israelenses estão avançando”, disse um representante egípcio, deixando claro que ambos os lados não estão se encontrando cara a cara. “Ainda é muito cedo para falarmos de resultados, mas estamos otimistas."

Fontes egípcias e palestinas disseram que novas discussões devem acontecer no Cairo nesta quarta-feira, com expectativas de uma resposta inicial das demandas de ambas as partes, que até agora não mostraram sinais de concordância.

O cessar-fogo entrou em vigor na manhã desta terça-feira e foi acompanhado da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Durante a trégua, tiverem início trabalhos de resgate e reconstrução na Faixa de Gaza. Vários corpos foram encontrados em meio aos destroços.

"Nunca vi uma destruição tão massiva", reportou Peter Maurer, presidente do comitê internacional da Cruz Vermelha. "Estou chocado com o que vi e sinto raiva por não termos conseguido impedir o que aconteceu."

Nesta terça-feira, Israel anunciou a detenção de um palestino suspeito de ser o mentor do sequestro e assassinato de três jovens israelenses na Cisjordânia em junho – crime que deu início à escalada do conflito na Faixa de Gaza. Segundo relatórios judiciais, o palestino de 40 anos foi preso em 11 de julho.

"Há um mês, num campo de refugiados no bairro de Chouafat [em Jerusalém], as forças de segurança israelitas detiveram Hossam Kawasmeh por suspeita de ter dirigido o comando que raptou e assassinou os três adolescentes", lê-se num comunicado. Segundo a Justiça israelense, o suspeito confessou ter recebido dinheiro do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, para recrutar e armar os sequestradores.

Os três estudantes israelenses foram encontrados mortos em 30 de junho, perto da estrada na qual foram vistos pela última vez, duas semanas antes. A polícia de Israel ainda procura mais dois palestinos suspeitos pelo incidente na Cisjordânia.

Os palestinos querem um fim ao bloqueio implementado por Israel e pelo Egito sobre a empobrecida região de Gaza, assim como a liberação de prisioneiros, incluindo aqueles presos em uma operação em junho na Cisjorânia após três seminaristas judeus terem sido sequestrados e assassinados. 

Israel tem resistido a essas exigências. 

“Para Israel, a questão mais importante é a questão da desmilitarização. Devemos evitar que o Hamas se rearme, devemos desmilitarizar a Faixa de Gaza”, disse Mark Regev, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, à Reuters. 

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em uma entrevista à BBC, também falou da necessidade de o Hamas desativar seu arsenal de foguetes.  

“O que queremos fazer é apoiar os palestinos e seu desejo de melhorar suas vidas e ser capazes de abrir cruzamentos e obter alimentos e ter mais liberdade”, disse Kerry. “Mas isso tem que vir com um maior responsabilidade em relação a Israel, o que significa abrir mão de foguetes”, disse ele.

Desde o início da ofensiva israelense, em 8 de julho, como respostas a foguetes disparados pelo Hamas contra Israel, 1.875 palestinos morreram e mais de 9,5 mil ficaram feridos, sendo a maioria civis. Enquanto isso, Israel contabilizou 67 mortos – 64 soldados e três civis.

Com informações da Deutsche Welle e Reuters. 

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