O governo de Israel e o grupo radical islâmico Hamas cumpriram as primeiras 24 de 72 horas de cessar-fogo sem registros de ataques. Nesta quarta-feira, delegações de ambas as partes reúnem-se no Cairo para negociar uma trégua mais prolongada, tendo o governo egípcio como mediador.
“As conversas indiretas entre os palestinos e os israelenses estão avançando”, disse um representante egípcio, deixando claro que ambos os lados não estão se encontrando cara a cara. “Ainda é muito cedo para falarmos de resultados, mas estamos otimistas."
Fontes egípcias e palestinas disseram que novas discussões devem acontecer no Cairo nesta quarta-feira, com expectativas de uma resposta inicial das demandas de ambas as partes, que até agora não mostraram sinais de concordância.
O cessar-fogo entrou em vigor na manhã desta terça-feira e foi acompanhado da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Durante a trégua, tiverem início trabalhos de resgate e reconstrução na Faixa de Gaza. Vários corpos foram encontrados em meio aos destroços.
"Nunca vi uma destruição tão massiva", reportou Peter Maurer, presidente do comitê internacional da Cruz Vermelha. "Estou chocado com o que vi e sinto raiva por não termos conseguido impedir o que aconteceu."
Nesta terça-feira, Israel anunciou a detenção de um palestino suspeito de ser o mentor do sequestro e assassinato de três jovens israelenses na Cisjordânia em junho – crime que deu início à escalada do conflito na Faixa de Gaza. Segundo relatórios judiciais, o palestino de 40 anos foi preso em 11 de julho.
"Há um mês, num campo de refugiados no bairro de Chouafat [em Jerusalém], as forças de segurança israelitas detiveram Hossam Kawasmeh por suspeita de ter dirigido o comando que raptou e assassinou os três adolescentes", lê-se num comunicado. Segundo a Justiça israelense, o suspeito confessou ter recebido dinheiro do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, para recrutar e armar os sequestradores.
Os três estudantes israelenses foram encontrados mortos em 30 de junho, perto da estrada na qual foram vistos pela última vez, duas semanas antes. A polícia de Israel ainda procura mais dois palestinos suspeitos pelo incidente na Cisjordânia.
Os palestinos querem um fim ao bloqueio implementado por Israel e pelo Egito sobre a empobrecida região de Gaza, assim como a liberação de prisioneiros, incluindo aqueles presos em uma operação em junho na Cisjorânia após três seminaristas judeus terem sido sequestrados e assassinados.
Israel tem resistido a essas exigências.
“Para Israel, a questão mais importante é a questão da desmilitarização. Devemos evitar que o Hamas se rearme, devemos desmilitarizar a Faixa de Gaza”, disse Mark Regev, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, à Reuters.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em uma entrevista à BBC, também falou da necessidade de o Hamas desativar seu arsenal de foguetes.
“O que queremos fazer é apoiar os palestinos e seu desejo de melhorar suas vidas e ser capazes de abrir cruzamentos e obter alimentos e ter mais liberdade”, disse Kerry. “Mas isso tem que vir com um maior responsabilidade em relação a Israel, o que significa abrir mão de foguetes”, disse ele.
Desde o início da ofensiva israelense, em 8 de julho, como respostas a foguetes disparados pelo Hamas contra Israel, 1.875 palestinos morreram e mais de 9,5 mil ficaram feridos, sendo a maioria civis. Enquanto isso, Israel contabilizou 67 mortos – 64 soldados e três civis.
12 de junho - Três adolescentes desapareceram na Cisjordânia. Exército israelense estabeleceu controle nas estradas da região de Gush Etzion e de Hebron e fez batidas em um bairro da localidade palestina de Dura, ao sudoeste de Hebron, para encontrá-los.
Foto: AP
14 de junho - Israel detém 80 palestinos e bloqueia Cisjordânia durante busca por adolescentes. Exército israelense informou do "fechamento de todo o distrito da Judeia e Samaria
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
15 de junho - Chefe do Parlamento palestino e membro do Hamas, Aziz Dweik foi preso por tropas de Israel, durante uma onda de prisões ligadas a uma caçada em massa por três adolescentes sequestrados.
Foto: AFP
18 de junho - Soldados israelenses entram em uma casa à procura de três adolescentes israelenses desaparecidos, que temem terem sido sequestrados por militantes palestinos, na aldeia de Taffouh perto da cidade de Hebron
Foto: AP
20 de junho - Soldados israelenses participam de operação de buscas na Cisjordânia. Durante a operação, o exército israelense deteve 25 palestinos na Cisjordânia
Foto: Reuters
20 de junho - Como retaliação ao sequestro dos adolescentes israelenses, exército israelense mata adolescente palestino. Jovem foi baleado no peito e morreu em um hospital de Hebron
Foto: AFP
22 de junho - Exército israelense continua operação contra o movimento islamita Hamas por causa do desaparecimento de três jovens judeus há nove dias. Outros dois palestinos são mortos em ações do Exército israelense
Foto: AP
22 de junho - Adolescente israelense morre em explosão nas Colinas de Golã. Fato na Colinas de Golã (foto) coincide com uma espiral de tensão na região pelo suposto sequestro de três adolescentes israelenses em um cruzamento da Cisjordânia
Foto: Wikimedia
29 de junho - Milhares de israelenses se reúnem para uma manifestação pedindo a libertação dos três adolescentes israelenses em falta, temidos raptadas na Cisjordânia em 12 de junho, em Tel Aviv, Israel
Foto: Oded Balilty / AP
29 de junho - Uma mulher israelense detém um cartaz com fotos dos três adolescentes israelenses em falta, temidos raptadas na Cisjordânia em 12 de junho
Foto: Oded Balilty / AP
30 de junho - Milicianos palestinos dispararam no começo da manhã desta segunda-feira 16 foguetes contra o sul de Israel, em uma nova reviravolta a uma escalada que começou com o suposto sequestro de três adolescentes na Cisjordânia.
Foto: Reuters
30 de junho - As forças de segurança israelenses encontraram nesta segunda-feira os corpos de três adolescentes que desapareceram na Cisjordânia no começo do mês e confirmaram que de fato se trata dos estudantes seminaristas procurados desde 12 de junho
Foto: Oded Balilty / AP
01 de julho - Jovem palestino Yussuf Abu Zagher, 18 anos, foi morto pelo Exército israelense, em um ataque contra o campo de refugiados de Jenin, no extremo-norte da Cisjordânia
Foto: Mohammed Ballas / AP
01 de julho - Israel bombardeou dezenas de locais na Faixa de Gaza, atacando alvos do Hamas depois da descoberta dos corpos de três adolescentes cujo sequestro e morte o país atribuiu ao grupo militante palestino
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
01 de julho - Milhares de israelenses participam dos funerais pelos três adolescentes israelenses que foram sequestrados em 12 de junho na Cisjordânia
Foto: Gil Cohen Magen / AFP
02 de julho - Pessoas observam os escombros da casa do palestino Ziad Awad, no sul da Cisjordânia. Israel demoliu a casa do palestino, preso este mês sob a acusação de ter matado à bala um policial israelense à paisana em abril, informou o Exército
Foto: Reuters
03 de julho - Exército israelense confirmou que a Força Aérea atacou posições islamitas em represália ao disparo de cerca de 20 foguetes da Faixa de Gaza
Foto: Mohammed Salem / Reuters
04 de julho - Milhares de pessoas acompanharam a cerimônia entoando hinos e brandindo bandeiras; palestinos e policiais voltaram a entrar em confronto pelo terceiro dia consecutivo. Palestinos enfrentam a polícia israelense em um bairro árabe de Jerusalém
Foto: Baz Ratner / Reuters
07 de julho - Sete combatentes palestinos morreram e dois eram considerados desaparecidos após ataques na aéreos israelenses na madrugada de domingo para segunda-feira na Faixa de Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
08 de julho - Pelo menos 25 palestinos, incluindo crianças, morreram e quase 100 outros ficaram feridos em ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, executados em resposta aos disparos de foguetes, de acordo com o serviço de emergência palestino.
Foto: AFP
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