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Confrontos estouram na capital do Iêmen e houthis são acusados de golpe

19 jan 2015 - 13h35
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O poderoso movimento iemenita houthi travou confrontos com o Exército perto do palácio presidencial em Sanaa nesta segunda-feira, afundando o frágil Estado árabe em agitação política e provocando acusações de que os militantes preparavam um golpe.

Veículo militar pertencente ao grupo Houthi se posiciona em rua que leva ao palácio presidencial do Iêmen durante combates na capital Sanaa. 19/01/2015
Veículo militar pertencente ao grupo Houthi se posiciona em rua que leva ao palácio presidencial do Iêmen durante combates na capital Sanaa. 19/01/2015
Foto: Khaled Abdullah / Reuters

O som de explosões ecoou pela cidade e nuvens de fumaça negra podiam ser vistas sobre edifícios do centro da cidade enquanto os confrontos mais intensos desde que o movimento muçulmano xiita houthi invadiu a capital em setembro.

Os Houthis assumiram o controle da agência de notícias e TV estatais, disse um ministro.

Fontes médicas disseram que cinco pessoas foram morta e mais de 20 ficaram feridas. É provável que o número de vítimas seja maior.

As batalhas de rua marcaram um novo revés para o Iêmen, assolado por divisões tribais, uma insurgência separatista no sul do país e a ameaça representada por uma ramificação regional da Al Qaeda, a mesma que assumiu a responsabilidade pelo ataque mortal de 7 de janeiro em Paris contra um jornal satírico conhecido por fazer piada com o Islã.

A ministra da Informação do Iêmen, Nadia al-Saqqaf, uma crítica dos Houthis, disse à Reuters que o palácio presidencial havia sofrido um "ataque direto", no que ela descreveu como uma tentativa de golpe.

"Se você ataca o palácio presidencial... Isso é agressivo, claro que isso é uma tentativa de golpe", disse ela.

Acredita-se que o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour, encontrava-se em casa, em outra área da cidade, no momento do ataque.

Fortes tiroteios e explosões fizeram tremer o bairro de Hassa, onde fica o setor diplomático, no sul de Sanaa. Uma testemunha da Reuters afirmou ter visto homens armados na rua Al-Khamseen, onde moram altos funcionários de segurança do governo, incluindo o ministro da Defesa.

Amplamente considerados como aliados do Irã na disputa com a Arábia Saudita por uma maior influência na região, os Houthis --agora integrantes do governo iemenita-- disseram que iriam "escalar a situação" se suas demandas por uma participação justa na nova constituição não for atendida.

O projeto de Constituição, lançado formalmente no sábado, tem como objetivo resolver as diferenças regionais, políticas e sectárias no Iêmen ao transferir poder para as regiões, mas tem recebido a oposição dos Houthis, que temem pela diluição de seu próprio poder.

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