O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou durante a madrugada desta segunda-feira uma declaração que pede um cessar-fogo humanitário, imediato e sem condições, que permita prestar ajuda aos civis.
Representantes de 15 países, reunidos de emergência em Nova York, expressaram na declaração seu "forte apoio a um cessar-fogo humanitário e sem condições, que permita proporcionar uma ajuda indispensável e urgente".
Os líderes pediram a Israel e ao Hamas que mantenham a trégua durante toda a festa muçulmana do Aid el-Fitr, que marca o final do Ramadã, e que "respeitem plenamente o direito internacional e especialmente o que diz respeito à proteção dos civis".
O texto também enfatiza "a necessidade de proporcionar imediatamente ajuda humanitária A declaração foi elaborada e acertada pelos 15 países na tarde de domingo. A Jordânia, o único membro árabe do Conselho, insistiu que fosse formalmente adotada sem demora.
A reunião de urgência foi convocada no final do domingo e um dia antes de o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, relatar na sede das Nações Unidas sobre sua viagem pelo Oriente Médio para tentar conseguir uma cessação da violência em Gaza.
Após 20 dias de intensos bombardeios israelenses por terra, mar e ar, cerca de 1,1 mil pessoas, em sua grande maioria civis palestinos, morreram. Deles, mais de 800 só nos 10 dias que dura a incursão terrestre israelense, que levou a combates corpo a corpo nos quais já morreram 43 soldados de Israel e um número desconhecido de milicianos.
Os conflitos no final de semana
As hostilidades prosseguiram no final de semana na Faixa de Gaza, onde o exército israelense respondia ao lançamento de foguetes do Hamas, embora o movimento islamita palestino tenha anunciado uma trégua de 24 horas.
Os dois grupos se acusam mutuamente pelo prosseguimento dos confrontos, em detrimento de um eventual cessar-fogo na véspera da grande festa muçulmana do Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã.
Para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, os combatentes do Hamas "violaram seu próprio cessar-fogo" ao prosseguir com o lançamento de foguetes contra Israel.
"Israel fará tudo o que for necessário para defender seu povo", declarou Netanyahu em uma entrevista à rede de televisão americana CNN. "Espero que consigamos uma trégua duradoura que nos permita desmilitarizar Gaza", acrescentou, desta vez à rede CBS.
"Esperamos uma resposta oficial do inimigo", declarou, por sua vez, o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, que deu a entender que seus combatentes prosseguirão com o lançamento de foguetes enquanto Israel não parar com suas operações.
Com a aproximação do fim do Ramadã, os diferentes grupos parecem mudar de opinião continuamente com os anúncios sucessivos de um cessar-fogo solicitado pelas Nações Unidas, após a trégua mantida no sábado.
O Hamas rejeitou no sábado uma trégua de várias horas aprovada pelo Conselho de Segurança de Israel, ao exigir a retirada dos soldados do enclave palestino, onde entraram no dia 17 de julho, nove dias depois do início dos ataques aéreos.
Ainda que seja alcançada uma trégua duradoura, persistem divergências em vários pontos.
Israel, que anunciou ter atacado 3.600 instalações terroristas e matado 320 combatentes do Hamas, quer levar até o fim sua missão de neutralização dos túneis ofensivos construídos pelo movimento islamita palestino e por sua aliada, a Jihad Islâmica.
Os túneis são utilizados para lançar ataques contra Israel, assim como para esconder seu arsenal e seus centros de operações. Para destruí-los, os responsáveis israelenses explicam que precisam estar em terra.
O exército descobriu 30 passagens subterrâneas e garantiu neste domingo ter destruído o túnel que foi utilizado por um comando do Hamas em um ataque que deixou sete soldados mortos há uma semana.
Por sua vez, o Egito anunciou ter descoberto 13 túneis que uniam a península do Sinai com a Faixa de Gaza, utilizados pelo Hamas utilizava para transportar combustível, suprimentos, armas e dinheiro ao reduto palestino.
O movimento islamita exige o levantamento do bloqueio imposto desde 2006 por Israel, que asfixia a economia deste território de 362 km2 onde vivem 1,8 milhão de pessoas, cuja vida diária depende, em boa parte, da ajuda humanitária.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou no domingo para Netanyahu, para destacar a necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro na Faixa de Gaza.
Segundo a Casa Branca, Obama "deixou claro o imperativo estratégico de instituir um imediato e incondicional cessar-fogo que acabe com o confronto e leve a uma paralisação permanente das hostilidades baseada no acordo de novembro de 2012".
Durante a conversa, Obama "destacou a severa condenação dos Estados Unidos aos disparos de foguetes do Hamas e aos ataques" contra o território israelense a partir de túneis da Faixa de Gaza, e "reafirmou o direito de Israel de se defender".
Mas Obama também "reafirmou a séria e crescente preocupação dos Estados Unidos com o aumento do número de mortes de civis palestinos e com a perda de vidas israelenses, assim como com a preocupante situação humanitária em Gaza".
O secretário americano de Estado, John Kerry, voltou a Washington no domingo, depois de passar uma semana no Oriente Médio na tentativa frustrada de alcançar um cessar-fogo no conflito, que já dura 20 dias.
Um alto funcionário americano afirmou que Kerry busca acertar uma série de tréguas temporárias, que levariam a negociações entre os dois lados no Egito sobre um plano permanente.
"Agora temos uma maneira de interromper o derramamento de sangue", declarou, pedindo anonimato.
No entanto, o governo israelense também precisa levar em conta a opinião pública de seu país, onde 85,6% dos israelenses se opõem a um cessar-fogo, segundo uma pesquisa divulgada pela rádio militar.
Com informações da AFP e EFE.
1º de agosto- palestinos carregam o corpo de uma criança e de um adulto mortos em um ataque israelense contra um edifício na Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
1º de agosto - militar israelense caminha próximo a tanques que avançam em direção à Gaza
Foto: Tsafrir Abayov / AP
1º de agosto - crianças palestinas recebem tramento médico em um hospital de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
1º de agosto - palestinos carregam o corpo de um menino encontrado morto durante ofensiva israelense na vila de Khuzaa, no sul de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
1º de agosto - soldado israelense aponta sua arma contra manifestantes pró-Palestina em Gaza
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
1º de agosto - um jovem palestino carrega os pertences que sobraram após uma ataque do exército israelense contra sua casa em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
28 de julho - um menino palestino segura uma arma de brinquedo durante um protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, em Jerusalém
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - pessoas se reúnem ao redor do corpo de uma vítima palestina, morta durante um ataque israelense, em Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
28 de julho - um veículo militar isarelense volta à Israel após cruzar a fronteira em direção à Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
28 de julho - crianças palestinas carregam armas de brinquedo em manifestações realizadas em Jerusalém contra Israel
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - uma mulher palestina beija o túmulo do filho, vítima da ofensiva israelense, no norte de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
26 de julho - prédios em Gaza são destruídos após ataque israelense
Foto: Ronen Zvulun / Reuters
22 de julho - mísseis israelenses atingem regiões da Faixa de Gaza, matando dezenas de pessoas
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem envolvido em uma bandeira do Hamas durante um funeral em Rafah, sul da faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
22 de julho - prédios de Gaza são destruídos por mísseis israelenses
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - um palestino observa partes destruídas da Torre Al-Shalam (Torre da Paz) atingida por mísseis israelenses em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
22 de julho - chamas se espalham entre prédios após ofensiva israelense no bairro de Shijaiyah, na Faixa de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - em forma de respeito à vítima, palestinos depositam cobertores e peças de roupa no local de sua morte, em Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
21 de julho - jornalistas fotografam os corpos de seis membros de uma mesma família mortos em um ataque de Isarel, no hospital Shifa, em Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - palestinos rezam próximo aos corpos de 17 pessoas de uma mesma família envolvidos pela bandeira do grupo Hamas
Foto: Hatem Ali / AP
16 de julho - um homem palestino chora enquanto segura no necrotério do hospital Shifa o corpo de seu irmão mais novo, morto em um bombardeio israelense em Gaza
Foto: Oliver Weiken / EFE
15 de julho - palestinos são fotografados próximos a uma casa destruída por um ataque israelense, em Rafah, no sul de Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
15 de julho - tanques e tropas israelenses se concentram próximo à Faixa de Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
15 de julho - uma unidade de artilharia móvel israelense dispara em direção à Faixa de Gaza
Foto: Nir Elias / Reuters
14 de julho - palestinos apagam incêndio causado por um ataque aéreo israelense em uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
14 de julho - um menino palestino caminha entre os escombros de uma casa destruída por mísseis israelenses
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
10 de julho - soldados israelenses dirigem um tanque em direção à fronteira entre Israel e Gaza, aumentado os temores da realização de um ataque terrestre
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - tanques israelenses são conduzidos até uma área de recolhimento, perto da fronteira entre Israel e Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - palestina chora a morte de familiares vítimas de foguetes lançados por Isarel, na Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem morto durante um ataque com mísseis de Israel na cidade de Beit Hanoun
Foto: Khalil Hamra / AP
9 de julho - uma bola de fogo explode no céu instantes após um míssil israelense atingir um campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - céu é encoberto por fumaça causada por explosão de míssil israelense na Faixa de Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - uma mulher palestina foge junto dos filhos após um ataque aéreo israelense em uma casa em Gaza
Foto: Majdi Fathi / Reuters
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
8 de julho - palestinos vasculham os destroços de um veículo após um ataque aéreo israelense no norte da Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
8 de julho - vítimas dos foguetes lançados por Israel tentam resgatar alguns pertences após uma investida do exército israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos tantam recuperar alguns pertences após terem suas casas destruídas pela ofensiva israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos observam destroços de uma casa bombardeada por Israel
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - palestinos observam o destroços de uma casa atingida por um foguete israelense
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - um míssil é lançado por uma bateria de "Iron Dome" (sistema de defesa de mísseis de curto alcance projetado para interceptar e destruir foguetes e bombas de artilharia), no sul da cidade israelense de Ashdod, vizinha a Faixa de Gaza
Foto: David Buimovitch / AFP
8 de julho - Uma mulher palestina é vista no meio de destruição, após um ataque militar israelense na cidade de Gaza
Foto: Mahmud Hams / AFP
8 de julho - Uma coluna de fumaça sobe a partir de edifícios, na sequência de um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza. Ataques israelenses mataram pelo menos 13 palestinos e deixaram outros 80 feridos
Foto: Moez Salhi / AFP
8 de julho - palestinos observam os destroços e destruição após bombardeios israelenses, na Faixa de Gaza