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Delegação palestina negociará com Damasco acesso humanitário a Yarmuk

6 abr 2015 - 19h18
(atualizado às 19h18)
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Uma delegação palestina viajará a Damasco para negociar a ajuda aos residentes do campo de refugiados palestinos de Yarmuk, controlado parcialmente pelo grupo Estado Islâmico (EI), informou nesta segunda-feira um responsável palestino.

Ahmed Majdalani, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou que a delegação centrará seus esforços em dar segurança e assistência às pessoas residentes no campo.

"Negociaremos com oficiais sírios para que garantam a segurança do corredor humanitário aberto ontem, com o objetivo de fornecer ajuda e tirar os civis para que não se tornem escudos humanos do grupo terrorista Daesh", explicou, utilizando o nome em árabe do EI.

Desde que os jihadistas lançaram um ataque, na quarta-feira passada, contra este campo de refugiados situado no sul de Damasco, centenas de famílias já foram evacuadas.

O EI obteve a rendição de boa parte das forças palestinas em Yarmuk e atualmente controla parcialmente o campo de refugiados.

Segundo Majdalani, que lidera a delegação da OLP, as facções palestinas também discutirão como enfrentar a ameaça do Estado Islâmico.

O dirigente palestino disse que os combatentes do EI pretendem "controlar todo o campo" e usá-lo "como trampolim para atacar a capital, Damasco, por sua posição estratégica".

Após discutir a situação com funcionários de diversos países árabes, Majdalani afirmou: "temos um plano árabe e internacional para deter a violência perpetrada contra nosso povo".

Em um comunicado, a OLP conclamou todos os grupos palestinos para "proteger Yarmuk dos esforços de transformá-lo em um campo de batalha".

O Conselho de Segurança das Nações Unidas solicitou nesta segunda-feira acesso ao campo para entregar ajuda humanitária. O Conselho, integrado por 15 países, pediu que se "protejam os civis do campo" e "assegurem o acesso humanitário à área, provendo assistência e salvando vidas", informou a embaixadora da Jordânia, Dina Kawar, que ocupa a presidência do órgão.

Desde a ofensiva do EI sobre o campo de refugiados, as forças do regime sírio têm utilizado artilharia e bombas de barril contra posições no local, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Yarmuk, o maior campo de refugiados palestinos na Síria, chegou a abrigar 160 mil pessoas antes da guerra. Hoje restam apenas 18 mil, que enfrentam escassez de comida, água e medicamentos.

O EI, que controla grandes territórios da Síria e do Iraque, não enfrenta apenas as forças do presidente Bashar al Assad, mas também outros grupos rebeldes, incluindo islâmicos radicais e moderados.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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