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Oriente Médio

Dezenas morrem no Iraque em batalha por capital provincial

Um cinegrafista iraquiano morreu e um correspondente da mesma rede de televisão ficou ferido no norte de Bagdá enquanto cobriam o avanço dos jihadistas

17 jun 2014 - 14h01
(atualizado às 14h02)
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<p>Dezenas de iraquianos foram mortos nesta terça-feira durante uma batalha pelo controle de uma capital provincial, em meio a um levante de insurgentes islâmicos sunitas que ameaça a sobrevivência do Iraque como um Estado</p>
Dezenas de iraquianos foram mortos nesta terça-feira durante uma batalha pelo controle de uma capital provincial, em meio a um levante de insurgentes islâmicos sunitas que ameaça a sobrevivência do Iraque como um Estado
Foto: Thaier Al-Sudani / Reuters

Dezenas de iraquianos foram mortos nesta terça-feira durante uma batalha pelo controle de uma capital provincial, em meio a um levante de insurgentes islâmicos sunitas que ameaça a sobrevivência do Iraque como um Estado. Os confrontos levaram ao fechamento da principal refinaria de petróleo, provocando o desabastecimento de combustível e energia em partes do país.

As forças do governo disseram ter reprimido uma tentativa por parte dos insurgentes de tomar o controle de Baquba, capital da província de Diyala, ao norte de Bagdá, com combates pesados durante a noite.

Alguns moradores e autoridades disseram que entre os mortos estão dezenas de prisioneiros da cadeia local, embora os relatos sobre a morte deles sejam conflitantes.

Combatentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) que pretendem formar um califado com base em preceitos sunitas medievais, nos dois lados da fronteira Iraque-Síria, desencadearam o levante na semana passada e tomaram o controle da principal cidade do norte, Mosul, e várias áreas no vale do rio Tigre, ao norte de Bagdá. Eles se vangloriaram de ter massacrado centenas de soldados capturados durante seu avanço.

Os militantes islâmicos contam com o apoio de outras facções sunitas, incluindo ex-membros do Partido Baath, do ditador deposto Saddam Hussein, e líderes tribais, que compartilham da revolta generalizada entre a minoria sunita do Iraque contra a opressão atribuída ao governo xiita do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

Os países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, pediram a Maliki que envolva os sunitas na reconstrução da unidade nacional como única maneira de impedir a desintegração do Iraque.

Mas o primeiro-ministro xiita, que está há longo tempo no poder e venceu uma eleição há dois meses, está aparentemente indo na direção oposta, confiando mais fortemente do que nunca na seita majoritária do país, a xiita, e prometendo combater políticos da oposição e oficiais militares que ele rotulou de "traidores".

Hassan Suneid, um estreito aliado de Maliki, disse nesta terça-feira que a governista Aliança Nacional, xiita, deveria boicotar todo o trabalho com o maior bloco político sunita, o Mutahidoon.

"Não é possível para qualquer bloco dentro da Aliança Nacional trabalhar com o Mutahidoon devido à sua recente atitude sectária", disse ele a um canal de TV do partido de Maliki.

O avanço repentino de insurgentes sunitas está remodelando as alianças no Oriente Médio, e tanto os Estados Unidos como o Irã dizem que poderiam cooperar contra um inimigo comum, algo sem precedentes desde a revolução iraniana de 1979.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está sendo acusado no plano interno de ter feito pouco para ajudar o Iraque desde a retirada das tropas em 2011 e está considerando opções para uma ação militar, como ataques aéreos. Ele enviou um pequeno número de soldados extras para proteger a embaixada dos Estados Unidos, mas descartou a possibilidade de mandar tropas para o Iraque.

Jornalistas no meio do fogo cruzado

Um cinegrafista iraquiano morreu e um correspondente da mesma rede de televisão ficou ferido no norte de Bagdá enquanto cobriam a ofensiva dos jihadistas, indicou a rede de televisão iraquiana para a qual trabalhavam.

Khaled Ali morreu em Khales, ao norte de Baquba, na província de Diyala, informou a Al Ahad TV em seu site, acrescentando que seu colega Moatez Jamil ficou ferido. Um coronel da polícia e um médico confirmaram à AFP estas informações.

Refinaria

Funcionários confirmaram que a refinaria de Baiji, ao norte de Bagdá, foi fechada e os trabalhadores estrangeiros, retirados, embora eles tenham dito que as tropas do governo ainda controlam o vasto complexo. Com a refinaria fechada, o Iraque terá mais dificuldade na geração de eletricidade e bombeamento de água para sustentar as suas cidades no verão.

A refinaria estava sendo protegida por tropas de elite, enquanto a cidade vizinha era em grande parte ocupada pelos combatentes do EIIL, na semana passada. A refinaria de Baiji continuou em operação em meio a anos de guerra civil e enquanto as forças dos Estados Unidos estavam no país.

A ameaça recente mostra como o Iraque está muito mais vulnerável agora aos insurgentes do que antes de os EUA retirarem suas tropas em 2011.

Após reféns, Turquia evacua consulado

A Turquia evacuou nesta terça-feira seu consulado de Basra, no sul do Iraque, uma semana após o ataque contra seu consulado em Mossul (norte) por combatentes jihadistas, anunciou seu chanceler, Ahmed Davutoglu.

"Devido ao aumento dos riscos na região de Basra, nosso consulado-geral foi evacuado nesta terça-feira", indicou Davutoglu em sua conta no Twitter.

Os combatentes do grupo radical sunita do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) invadiram na última quarta-feira o consulado turco em Mossul, tomando 50 pessoas como reféns, entre elas diplomatas, soldados e três crianças.

Com informações da Reuters e AFP.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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