Eleição no Afeganistão desperta violência e esperança na população
Candidatos à presidência do Afeganistão começam neste domingo dois meses de campanha, em meio a esperanças do ocidente de que a eleição consolide uma estabilidade frágil enquanto forças militares se preparam para deixar o país após 13 anos de guerra.
O Talibã rejeitou a eleição de 5 de abril e já reforça ataques para sabotá-la. Espera-se que os militantes busquem tirar proveito da situação caso a votação seja marcada por fraudes e rixas entre rivais, que buscam substituir o presidente Hamir Karzai, que não pode concorrer por um terceiro mandato segundo a lei afegã.
Quem o substituí-lo herdará uma nação assolada pela crescente ansiedade sobre a questão da segurança, em um momento em que a maior parte das tropas estrangeiras se prepara para sair do país até o fim do ano, deixando as forças afegãs a sós para combater insurgências.
Ataques mensais na capital, Cabul, onde candidatos devem concentrar esforços para conquistar os votos de mulheres e jovens, estão em seu maior nível desde 2008, afirmou uma embaixada em um recente relatório de segurança confidencial. "O aumento pode ser atribuído a esforços relacionados às eleições presidenciais", disse a embaixada.
Embora o Afeganistão não tenha uma comunidade majoritária, a etnia Pashtun é considerada a maior delas, e questões étnicas terão um papel importante na decisão sobre o próximo presidente.
Diplomatas ocidentais esperam que o primeiro turno acabe dividido entre um dos vários pashtuns proeminentes e o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah, da etnia Tajik, que tem apelo junto a essa base de eleitores e que foi o principal adversário de Karzai na última eleição, em 2009.