Após a morte de Kayla Jean Mueller, ao menos "um outro refém" norte-americano está nas mãos do grupo jihadista Estados Islâmico (EI, ex-Isis), informou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta terça-feira, dia 10.
Provavelmente ele se referia ao ex-fuzileiro naval e jornalista freelancer Austin Tice, sequestrado na Síria em 12 de agosto de 2012.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou hoje a morte da voluntária norte-americana Kayla Jean Mueller. Fontes do governo dos EUA disseram à "CNN" que os extremistas enviaram fotos à família da vítima para provar o seu falecimento. Segundo o grupo, ela morrera em um ataque aéreo promovido pela Jordânia em Raqqa, na Síria.
De acordo com nota divulgada pela Casa Branca, o mandatário expressou sua "profunda tristeza" pelo episódio. "Não importa quanto tempo levar, os Estados Unidos vão encontrar e fazer justiça com os terroristas responsáveis pela captura e morte de Kayla", concluiu Obama.
Jordânia ataca EI e declara que irá erradicar o grupo:
A família da norte-americana de 26 anos, natural do Arizona, disse, em comunicado estar "com o coração partido". "Kayla era uma voluntária apaixonada e devotada. Ela dedicou toda sua vida a ajudar aqueles que necessitavam de liberdade, justiça e paz", apontaram seus pais, Marsha e Carl.
A declaração não deu detalhes sobre as circunstâncias da morte da jovem, que fora capturada na Síria em agosto de 2013. Ela trabalhava em uma organização humanitária que ajudava mulheres sírias.
Egito
O braço egípcio do EI decapitou 10 pessoas consideradas espiãs, de acordo com a imprensa local. Em um vídeo no qual documenta os crimes, o grupo afirmou que os corpos foram expostos em uma estrada do Sinai. Especialistas acreditam que a estrada palco das atrocidades seja uma de Rafah.
Os jihadistas, que se chamavam "Ansar Bait al-Maqdis", mudaram o nome do grupo para "Estado" ou "Província do Sinai", após uma aliança com o EI anunciada no último mês de novembro.
O EI é um grupo de extremistas que tenta formar um califado sunita no norte da Síria e do Iraque. Para isso, adota métodos de decapitações, execuções, sequestros e perseguições.
Síria
O presidente da Síria, Bashar al Assad, confirmou que recebe mensagens da coalizão internacional liderada pelo Exército norte-americano para derrotar o Estado Islâmico sobre os ataques aéreos efetuados em seu país.
A revelação foi feita em uma entrevista do mandatário à emissora britânica "BBC". Segundo ele, as informações chegam por meio de "nações terceiras", entre as quais o Iraque, e não diretamente dos Estados Unidos.
"Às vezes nos mandam uma mensagem, mas uma mensagem genérica, não tem nada de tático. Há, digamos assim, informações, mas não um diálogo", declarou Assad, ressaltando que não existe uma cooperação direta com a coalizão desde que começaram os bombardeios contra o EI na Síria, em setembro passado.
O jornalista americano James Foley, 40 anos, foi decapitado no dia 19 de agosto de 2014 por militantes do Estado Islâmico. Essa foi a primeira vítima cuja a morte foi gravada pelo grupo extremista e divulgada na internet. Foley havia desaparecido na Síria há quase dois anos. No vídeo, o americano - que estava ajoelhado ao lado de seu executor - disse que os EUA causaram sua morte.
Foto: AP
O jornalista americano Steven J. Sotloff, 31 anos, foi decapitado no dia 2 de setembro de 2014. Ele havia sido sequestrado em 2013 e apareceu no primeiro vídeo divulgado pelo Estado Islâmico na internet. No primeiro vídeo, James Foley foi decapitado e Sotloff foi ameaçado de morte caso os EUA não "colaborassem" com o grupo extremista. Sua morte também foi divulgada em vídeo.
Foto: AP
O escocês David Haines, 44 anos, foi sequestrado em março de 2013, quando atuava como voluntário em trabalhos humanitários na Síria. Ele foi decapitado no dia 13 de setembro de 2014 pelo Estado Islâmico e foi a terceira vítima ocidental a ser decapitada pelo grupo extremista que teve a morte divulgada em vídeo na internet.
Foto: Twitter
O motorista de táxi britânico Alan Henning, 47 anos, foi a quarta vítima do Estado Islâmico a ter a decapitação divulgada em vídeo na internet. Henning participava de comboio de voluntários que levavam suprimentos médicos à Síria. Apelidado de "Gadget", Henning foi sequestrado nove meses antes da divulgação de sua morte, no dia 03 de outubro de 2014. No final de seu vídeo, um refém americano foi apresentado como uma nova vítima do EI.
Foto: The Telegraph / Reprodução
O ex-militar americano Peter Edward Kassing, 26 anos, trabalhava como voluntário na assistência humanitária na Síria. Ele foi o refém apresentado no final do vídeo da morte do britânico Alan Henning. No dia 16 de dezembro, Kassing foi decapitado e teve um vídeo que divulgava sua morte publicado na internet. No vídeo, um militante do Ei, com sotaque britânico, aparece ao lado de uma cabeça decapitada que seria a de Kassing. O americano tinha sido sequestrado em outubro de 2013 e se convertido ao islã.
Foto: AP
O fotógrafo sírio Omar Alkhani esteve nas mãos do Estado Islâmico por dois meses. Ele diz que foi sequestrado em Aleppo, na Síria, e que dividiu a prisão com o jornalista James Foley, o primeiro a ter a morte divulgada em vídeos pela internet. Alkhani disse que, após dois meses de cárcere, os membros do EI vendaram seus olhos, o colocaram em um carro e ele foi jogado na rua. Durante o sequestro, Alkhani foi torturado.
Foto: El País / Reprodução
O jornalista independente britânico John Cantlie, 43 anos, foi sequestrado na Síria em 2012. Desde então, ele é um dos reféns do Estado Islâmico. Cantlie apareceu em alguns vídeos do EI e, em um deles, o jornalista aparece andando pelas ruas de Mossul e mostrando que a rotina dos moradores da região não mudou em nada com a presença do grupo extremista. A imprensa ocidental afirma que a vida em Mossul tem sido difícil desde a presença do EI.
Foto: Twitter
O empresário japonês Haruna Yukawa (à direita), 42 anos, chegou à Síria em agosto de 2014 e seu paradeiro estava desconhecido desde então. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão procurava por ele. Seu amigo, o jornalista Kenji Goto, foi à sua procura e ambos acabaram aparecendo em um vídeo do Estado Islâmico, como reféns, divulgado em janeiro. O grupo exigiu um resgate de US$ 200 milhões de dólares do governo japonês. Sem negociações, Yukawa foi decapitado no dia 21 de janeiro de 2015, sua morte foi anunciada e ilustrada em fotografias por Goto em um vídeo.
Foto: AP
O jornalista freelancer e documentarista japonês Kenji Goto, 47 anos, foi decapitado no dia 31 de janeiro de 2015 por um jihadista membro do Estado Islâmico. Ele foi capturado em outubro de 2014 e estaria na Síria à procura de seu amigo, o empresário Haruna Yukawa. Yukawa foi morto em janeiro e Goto foi mantido refém ao lado de um jordano. A liberdade de ambos foi oferecida pelo Estado Islâmico em troca da libertação de uma terrorista. O Japão não quis negociar e um vídeo com Goto sendo decapitado foi divulgado na internet.
Foto: EPA/ISLAMIC STATE / EFE
O tenente e piloto jordano Moaz al-Kasasbeh, 26 anos, participava na missão aérea contra o Estado Islâmico, em apoio à aviação dos Estados Unidos, quando o seu caça F-16 foi atingido e caiu em território sírio controlado pelo Estado Islâmico, no dia 24 de Dezembro de 2014. Desde então, o EI divulgou algumas fotografias humilhantes. A Jordânia aceitou trocar a liberdade do piloto pela liberdade de uma terrorista, contanto que o piloto esteja realmente vivo. Porém, em 3 de fevereiro, sua morte foi divulgada por meio de um vídeo, em que ele aparece sendo queimado vivo, dentro de uma jaula.
Foto: Reproducción
O médico alemão Stefan Viktor Okonek e sua esposa Henrite Dielen foram sequestrados no dia 24 de setembro. O Estado Islâmico ameaça matar a dupla, caso o governo alemão continue a apoiar os bombardeios contra o EI, liderados pelos Estados Unidos. A partir do final de setembro, não houve informações sobre as vítimas.
Foto: interaksyon / Reprodução
A voluntária americana Kayla Jean Mueller, 26 anos, foi feita refém em Alepo, no norte da Síria, em agosto de 2013. Ela era voluntária de uma organização não-governamental do Arizona. No dia 6 de fevereiro, o Estado Islâmico anunciou que Kayla tinha sido morta durante um ataque aéreo da coligação internacional, conduzido por forças jordanianas. Sua morte só foi confirmada pela Casa Branca no dia 10 de fevereiro.