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Estados Unidos atacarão santuários jihadistas na Síria

Centros de comando, capacidades logísticas e infraestruturas do Estado Islâmico estarão na mira da ofensiva americana

16 set 2014 - 16h29
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<p>O secret&aacute;rio da Defesa, Chuck Hagel, e o general Martin Dempsey&nbsp;participam de&nbsp;uma audi&ecirc;ncia no Senado, em Washington, em 16 de setembro</p>
O secretário da Defesa, Chuck Hagel, e o general Martin Dempsey participam de uma audiência no Senado, em Washington, em 16 de setembro
Foto: Kevin Lamarque / Reuters

Os ataques aéreos que os Estados Unidos planejam contra o Estado Islâmico (EI) na Síria terão como alvo os santuários dos jihadistas, anunciou nesta terça-feira o secretário da Defesa, Chuck Hagel, durante uma audiência no Senado.

As declarações do chefe do Pentágono foram feitas quando a aviação americana atacou pela primeira vez posições jihadistas próximas à capital iraquiana.

Retomando afirmações do presidente Barack Obama, que advertiu que se o EI atacar os Estados Unidos não gozará de segurança em lugar algum, Hagel disse que os ataques aéreos de seu país se concentrarão "nos santuários do Estado Islâmico na Síria. Isso envolve seus centros de comando, suas capacidades logísticas e suas infraestruturas".

Mas o dirigente militar americano de mais alta patente, o general Martin Dempsey, advertiu que os bombardeios não se parecerão com os ataques em grande escala que acompanharam o início da invasão do Iraque em 2003, liderada pelos Estados Unidos.

Batizada como "Shock and awe" (comoção e pavor), a operação foi projetada, segundo os comandantes da época, para dominar rapidamente o inimigo, nesse caso as tropas do ex-ditador Saddam Hussein.

Esta campanha contra o Estado Islâmico será, por sua vez, persistente e sustentada, afirmou o general Dempsey, detalhando que assessores militares americanos podem ser enviados ao front com o Exército iraquiano caso seja considerado necessário.

"Se chegarmos ao ponto no qual for considerado que nossos conselheiros devem acompanhar as tropas iraquianas em sua ofensiva contra os alvos do Estado Islâmico, isso é o que recomendarei ao presidente" Obama, declarou Dempsey nesta terça-feira durante uma audiência no Senado.

E embora o presidente tenha ressaltado por diversas vezes que não enviaria tropas de combate ao Iraque, quase dois anos e meio após a retirada dos últimos soldados americanos do país, ele considerará o envio destes assessores caso a caso, segundo Dempsey.

"Obama me disse que avaliará a situação caso a caso", afirmou.

O general Lloyd Austin, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, que supervisiona a guerra aérea no Iraque e as forças de seu país no Oriente Médio, concordou com Dempsey na necessidade eventual de que conselheiros americanos participem de missões de combate.

Atualmente, 300 assessores militares dos Estados Unidos apoiam as forças armadas iraquianas em sua luta contra a ofensiva extremista.

Desde 8 de agosto, a aviação militar americana lançou 162 ataques aéreos contra posições jihadistas no Iraque.

Embora Obama tenha anunciado sua intenção de se voltar contra os jihadistas na Síria, ainda não foi lançado nenhum ataque aéreo em território sírio.

Caças americanos atacaram pela primeira vez, desde o início desta nova ofensiva contra os jihadistas, posições próximas a Bagdá 25 km a sudoeste da capital.

A cidade de Sadr al Yusufiya está localizada entre o reduto jihadista de Fallujah e a zona de combates Jurf al-Sajr, onde o exército iraquiano luta para manter suas posições frente aos jihadistas.

Mais ao norte do país, combatentes curdos retomaram o controle de várias localidades cristãs depois de derrotar as milícias.

Por sua vez, os braços magrebino (AQMI) e iemenita (AQPA) da Al-Qaeda emitiram um comunicado conjunto pedindo que seus "irmãos mujahedines no Iraque e no Levante deixem de se matar entre si e se unam contra a campanha dos Estados Unidos e sua coalizão diabólica".

Esta mensagem se refere a divergências entre o EI, que se distanciou da Al-Qaeda e proclamou o califado sobre uma parte do Iraque e da Síria, e a Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, que continua sendo fiel ao chefe da organização, Ayman Al Zawahiri.

Em relação à aliança anti-EI, os dois braços da Al-Qaeda prometeram dias negros, em uma ameaça velada sobre ações violentas contra países ocidentais e seus aliados árabes.

A Síria lamentou nesta terça-feira que o país não tenha sido convidado às discussões mantidas em Paris entre 27 países árabes e ocidentais, para apoiar o novo governo iraquiano. Segundo o governo sírio, "a luta antiterrorista não deveria ser uma (reunião) de relações públicas".

O regime de Damasco perdeu nesta terça-feira um avião militar, derrubado pelo EI quando se preparava para bombardear Raqa, o principal reduto do grupo jihadista na Síria, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Por sua vez a Turquia, que não participa das operações militares junto aos Estados Unidos, planeja estabelecer uma zona de segurança ao longo de sua fronteira com Síria e Iraque.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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