Forças xiitas avançam para cidade iraquiana tomada pelo Estado Islâmico
Uma coluna de combatentes de uma milícia xiita chegou a uma base militar perto de Ramadi nesta segunda-feira, como parte da operação do governo iraquiano para retomar o controle da cidade no oeste do país que foi conquistada por militantes do Estado Islâmico, no maior revés para as autoridades em Bagdá desde meados do ano passado.
A coalizão liderada pelos Estados Unidos intensificou os bombardeios aéreos contra os islamistas, tendo desfechado 19 ataques perto de Ramadi ao longo das últimas 72 horas, a pedido das forças de segurança iraquianas, disse um porta-voz da coalizão.
A milícia muçulmana xiita conhecida como Hashid Shaabi, ou Mobilização Popular, recebeu ordens para se mobilizar depois que a cidade, capital da província de Anbar, foi invadida no domingo. Os milicianos propiciam ao governo muito mais capacidade de lançar um contra-ataque, mas a sua chegada a Ramadi poderia ampliar a animosidade sectária em uma das áreas mais violentas do Iraque. A população de Ramadi é muçulmana sunita.
"As forças Hashid Shaabi alcançaram a base Habbaniya e estão agora em modo de espera", disse o chefe do conselho provincial de Anbar, Sabah Karhout. Uma testemunha descreveu uma longa fila de veículos blindados e caminhões com metralhadoras e foguetes, com as bandeiras amarelas do Kataib Hezbollah, uma das facções da milícia, indo em direção à base.
Porta-vozes de grupos de milícias disseram que ações de reconhecimento e planejamento estavam em andamento para a "batalha de Anbar", a grande província do vale do rio Eufrates onde os militares dos EUA travaram os maiores confrontos durante o período de 11 anos em que ocuparam o Iraque.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, aprovou o envio de milícias xiitas para tentar retomar o controle da área, uma medida à qual ele vinha resistindo, por medo de provocar uma reação sectária. Segundo um porta-voz do governador provincial, cerca de 500 pessoas foram mortas nos combates em Ramadi nos últimos dias e entre 6.000 e 8.000 fugiram da cidade.
(Reportagem da Redação de Bagdá; Reportagem adicional de Matt Spetalnick, em Washington)