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Oriente Médio

Grupo invade universidade no Iraque; confronto mata 59

7 jun 2014 - 08h42
(atualizado às 14h05)
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Combatentes jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) tomaram como reféns neste sábado estudantes e funcionários da universidade de Ramadi (centro), no Iraque, país onde outras 59 pessoas morreram em confrontos entre insurgentes e forças de segurança em Mossul (norte).

O Iraque está afundado na pior onda de violência em anos. Os jihadistas lançaram sua maior operação em três províncias iraquianas, que deixou mais de 100 mortos nos últimos dias. Em Ramadi, homens armados do EIIL se apoderaram da universidade, depois de matar os seguranças e destruir uma ponte de acesos ao centro educacional, indicou a polícia.

As forças especiais iraquianas lançaram pouco depois um ataque para retomar o controle do campus, onde foram ouvidos diversos tiros, constatou um jornalista da AFP. O vice-ministro do Interior, Adnan al-Assadi, indicou em um comunicado que as forças de segurança "libertaram todos os estudantes homens e mulheres detidos nos dormitórios da universidade", sem informar se o ataque havia acabado.

Antes da invasão do exército, uma das estudantes detidas explicou por telefone à AFP que os criminosos reuniram as mulheres e que o chefe dos insurgentes falou com elas. "Daremos uma lição que vocês nunca vão se esquecer", afirmou o líder dos jihadistas, segundo a estudante.

Em Mossul, o segundo dia de violentos confrontos entre jihadistas e forças de segurança deixou neste sábado 21 policiais e 38 insurgentes mortos, indicaram um responsável pela segurança e um funcionário do necrotério. Os combates iniciados na sexta-feira nesta cidade do norte do Iraque prosseguiram durante a noite. Um duplo atentado suicida com bomba foi registrado no leste da cidade contra um grupo minoritário, enquanto os soldados mataram outros suicidas no sul.

Ao menos 36 pessoas morreram na sexta-feira em combates em Mossul e na província de Nínive. Os ataques deste sábado ocorrem dois dias após uma ofensiva rebelde contra a cidade de Samarra, onde conseguiram se apoderar momentaneamente de alguns bairros.

A violência na província de Al-Anbar começou no fim de dezembro, quando as forças de segurança desmantelaram um acampamento de protestos antigovernamentais da minoria sunita perto de Ramadi.

Pouco depois, insurgentes e tribos hostis ao governo, dominado pelos xiitas, tomaram o controle de bairros de Ramadi e de toda Fallujah, situados respectivamente a 100 e 60 km de Bagdá, algo que não era visto desde os anos de insurreição que se seguiram à invasão americana de 2003. As Nações Unidas indicaram na sexta-feira que o conflito em Al-Anbar deixou 480 mil deslocados.

A insegurança é um dos principais problemas do Iraque, onde a violência mata todos os dias em média 25 pessoas. No total, mais de 4,3 mil pessoas morreram em ataques desde o início do ano, das quais mais de 900 em maio.

As autoridades atribuem esta espiral de violência a fatores externos, principalmente à guerra na vizinha Síria. Mas diplomatas e especialistas afirmam que se deve principalmente ao descontentamento da minoria sunita, que se considera marginalizada.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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