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Hamas critica líderes árabes por silêncio em relação a Gaza

Abbas conversou por telefone com o ministro das Relações Exteriores turco e o líder da liga árabe

29 jul 2014 - 18h18
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<p>Abbas discutiu com as possibilidades de um cessar-fogo e o fim dos enfrentamentos entre as mil&iacute;cias palestinas e Israel</p>
Abbas discutiu com as possibilidades de um cessar-fogo e o fim dos enfrentamentos entre as milícias palestinas e Israel
Foto: Murad Sezer / Reuters

O Hamas criticou nesta terça-feira os líderes árabes e os acusou de serem "responsáveis" por "seu silêncio" pela morte de mais de mil pessoas na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense no território, em 8 de julho.

O porta-voz do movimento islamita na Faixa de Gaza, Sami Abu Zuhir, disse em um comunicado divulgado hoje que os líderes árabes "são responsáveis com seu silêncio, como se estivessem contribuindo com a ocupação israelense para o assassinato do povo em Gaza".

"Os líderes dos estados árabes deveriam se movimentar imediatamente e falar para resgatar as vidas das crianças de Gaza que são assassinadas a sangue frio e privadas de todos seus direitos humanitários", criticou Abu Zuhri.

Na jornada mais sangrenta desde o início da ofensiva israelense contra o Hamas em Gaza, 100 pessoas morreram nas últimas 24 horas, o que elevou o número de vítimas fatais para 1.184, segundo o último boletim de fontes médias. Com isso, a diplomacia internacional continua fracassando em suas tentativas de encerrar o conflito.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, conversou por telefone com o ministro das Relações Exteriores turco e o líder da liga árabe, segundo a agência de notícias oficial "Wafa".

Segundo as fontes, Abbas discutiu com os dois as possibilidades de um cessar-fogo e o fim dos enfrentamentos entre as milícias palestinas e Israel.

O secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Abed Rabbo, afirmou hoje em Ramala que as facções palestinas tinham aceitado a proposta de um cessar-fogo durante 24 horas, que poderia ser prorrogado para mais 48 horas, de acordo com um pedido da ONU.

Segundo Abed Rabbo, a proposta foi apresentada "após se estabelecer contatos e consultas com os irmãos do Hamas e da Jihad Islâmica", os dois grupos armados mais significativos na Faixa de Gaza.

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No entanto, em seguida, Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas em Gaza, desmentiu a informação e assegurou que a declaração de Abed Rabbo "não é certa e não reflete a postura da resistência".

Mohammed Deif, comandante geral das Brigadas de Ezedin al-Qassam, o braço armado do Hamas, reiterou em um comunicado transmitido pela televisão que não haverá nenhum cessar-fogo com Israel até que se "coloque um fim à agressão e ao bloqueio imposto sobre Gaza".

"Nossos milicianos não atacam civis, só soldados, mas os soldados sim têm como alvos civis, principalmente mulheres e crianças", denunciou o líder sob um capuz que cobria seu rosto.

Um oficial do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou hoje os comentários feitos pelo secretário de Estado americano, John Kerry, de que Netanyahu pediu para falar com ele sobre a possibilidade de um cessar-fogo.

"Kerry foi quem levou a opção de um cessar-fogo a Netanyahu e não o contrário", afirmou a fonte, segundo o jornal israelense "Haaretz".

"Netanyahu disse a Kerry que agora a continuação da operação do exército israelense é necessária para proteger os cidadãos israelenses e neutralizar os túneis do terror. Netanyahu acrescentou que a neutralização dos túneis seguirá até que a missão tenha terminado", afirmou o jornal.

EFE   
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