Iêmen diz que exército tomou reduto da Al Qaeda no sul
Grandes potências incentivam o país a conter os insurgentes islâmicos e a restaurar a ordem no sul para evitar ameaças à vizinha Arábia Saudita
Forças do governo do Iêmen capturaram um reduto da Al Qaeda no sul do país nesta terça-feira, depois que insurgentes explodiram o complexo governamental da região e fugiram, informou o Ministério da Defesa.
A área montanhosa de Al-Mahfad, na província de Abyan, assim como Azzan, na província adjacente de Shabwa, eram o principal reduto dos militantes no Iêmen desde 2012. Naquele ano, o Exército iemenita, com ajuda dos Estados Unidos, expulsou os combatentes de cidades que haviam ocupado durante uma revolta nacional caótica em 2011.
As grandes potências incentivam o Iêmen a conter os insurgentes islâmicos e a restaurar a ordem no sul para evitar ameaças à vizinha Arábia Saudita, maior país exportador de petróleo do mundo. Também querem reduzir qualquer risco de o Iêmen ser usado como base para ataques a alvos ocidentais.
A ofensiva das forças do governo é o esforço mais bem organizado contra a Al Qaeda da Península Arábica - vista por Washington como uma das alas mais mortíferas do grupo - em quase dois anos. O grupo foi culpado por ataques mortais contra tropas de segurança, estrangeiros e instalações de petróleo e gás.
O site do Ministério da Defesa iemenita citou uma fonte militar segundo a qual soldados e milícias tribais aliadas - conhecidas como ‘comitês populares' - entraram em Al-Mahfad.
"A fonte disse que elementos da Al Qaeda explodiram o edifício do governo na cidade", disse a fonte, segundo o ministério.
O comandante de uma milícia local, Amin Qassem, mais tarde declarou à Reuters por telefone que os militantes resistiram bravamente.
"O Exército e membros do Comitê Popular controlaram Al-Mahfad e agora estamos no centro do distrito. Elementos da Al Qaeda fugiram para as montanhas, mas vamos continuar atrás deles", disse Qassem.
As autoridades disseram que dezenas de militantes de várias nacionalidades foram mortos na mais recente ofensiva, atualmente em sua segunda semana.
Uma fonte de segurança iemenita acusou militantes da Al Qaeda de usar assassinatos, incluindo o de um francês em um ataque na segunda-feira na capital Sanaa, para desviar a pressão sobre seus combatentes no fronte de batalha.
Ninguém assumiu a autoria do assassinato do francês, que trabalhava como agente de segurança de uma missão da União Europeia.
A ofensiva segue uma série de ataques aéreos, incluindo de drones (aeronaves não-tripuladas) dos EUA, contra redutos insurgentes, nos quais o Iêmen disse que cerca de 65 combatentes foram mortos.