Iêmen: Unicef acusa Al-Qaeda de exploração sexual de menores
Braço da rede terrorista no Iêmen teria forçado em 2012 cerca de 100 jovens iemenitas, alguns com menos de 13 anos, a se casar com combatentes
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) acusou a Al-Qaeda de explorar sexualmente crianças no Iêmen, citando casos recentes no sul do país, em um relatório publicado nesta terça-feira em Sana.
A Unicef indica que o braço da rede terrorista no Iêmen, a Al-Qaeda na Península Arábica (Aqpa), forçou em 2012 cerca de 100 jovens iemenitas, alguns com menos de 13 anos, a se casar com combatentes na província de Abyane (sul).
A rede extremista controlou durante parte do ano de 2012 esta província localizada ao norte de Aden.
O relatório ressalta "que as meninas e os meninos foram expostos à violência sexual em situações de conflito no Iêmen".
"Uma das formas desta violência é o casamento forçado que atinge uma centena de meninas apenas na província de Abyane, em que participaram líderes e combatentes" da Aqpa, escreve a organização.
"Sete casos de casamento forçados envolvendo meninas com menos de 13 anos foram registrados", acrescenta.
Além disso, "duas meninas foram dadas de presente" a membros da rede por seus irmãos que se juntaram à Aqpa.
Em outros casos, combatentes pagaram até 5.000 dólares às famílias para casar com suas filhas.
A maioria das meninas casadas à força em Abyane, entre as quais algumas tiveram filhos, foram abandonadas por seus maridos que fugiram da região em junho de 2012, após ação do Exército.
A Unicef destaca a dificuldade de verificar os casos de exploração sexual de meninos recrutados pela Al-Qaeda, mas indica ter contabilizado três casos em 2012.