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Inspetores encontram traços de gás sarin na Síria

Descoberta foi feita em uma instalação de pesquisa militar não divulgada ao órgão mundial que fiscaliza o uso de armas químicas

8 mai 2015 - 18h23
(atualizado às 19h24)
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Homem usa máscara protetora depois de um suposto ataque com gás cloro na aldeia de Kansafra, na região de Idlib, na Síria, em 07 de maio de 2015
Homem usa máscara protetora depois de um suposto ataque com gás cloro na aldeia de Kansafra, na região de Idlib, na Síria, em 07 de maio de 2015
Foto: Abed Kontar / Reuters

Inspetores internacionais descobriram traços de gás sarin e do agente nervoso VX em uma instalação de pesquisa militar na Síria que não havia sido declarada para o órgão de fiscalização mundial de armas químicas, disseram fontes diplomáticas nesta sexta-feira.

Amostras tiradas por especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) em dezembro e janeiro testaram positivo para elementos químicos necessários para produzir agentes tóxicos, disseram as fontes à Reuters sob condição de anonimato, já que a informação é confidencial.

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"Esta é uma forte indicação de que eles mentiram sobre o que fizeram com sarin", disse uma fonte diplomática. "Eles até agora foram incapazes de dar uma explicação satisfatória sobre esta descoberta."

Em 2013, os Estados Unidos ameaçaram uma intervenção militar contra o governo sírio após ataques de gás sarin em agosto daquele ano terem matado centenas de moradores em Ghouta, um subúrbio controlado por rebeldes na capital síria de Damasco.

Mas o governo sírio conseguiu evitar uma intervenção internacional ao concordar com um acordo patrocinado pelos Estados Unidos e pela Rússia sob o qual a Síria aderiu à Opaq, admitindo ter um programa de armas químicas e prometendo eliminá-lo.

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O governo do presidente Bashar al-Assad, no ano passado, entregou 1.300 toneladas de armas químicas para destruição para uma missão conjunta entre a Opaq e a Organização das Nações Unidas (ONU). Mas Damasco tem negado o uso de sarin ou qualquer arma química em batalha durante a atual guerra civil síria.

Fontes diplomáticas disseram que amostras de gás sarin e de VX foram retiradas do Centro de Estudos e Pesquisas Científicas, uma instalação do governo na qual agências de inteligência ocidentais dizem que a Síria desenvolveu armas químicas e biológicas.

Questionado sobre o relato dos diplomadas, o porta-voz da Opaq, Peter Sawczak, disse: "Obviamente estamos trabalhando para esclarecer a declaração da Síria. Eu não posso discutir quaisquer detalhes desse processo, mas no devido tempo a equipe de avaliação vai divulgar um relatório."

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