Irã e Argentina fecham acordo para investigar atentado contra judeus
O Irã informou neste sábado à Argentina que aprovou o acordo entre os dois países para investigar o atentado contra a associação israelense AMIA em 1994, em uma reunião de chanceleres na ONU.
"As autoridades iranianas confirmaram que as autoridades competentes aprovaram o memorando, assinalou às AFP uma fonte diplomática após a reunião entre o chanceler argentino Héctor Timerman e seu colega iraniano Mohammad Javad Zarif na sede das Nações Unidas, à margem da Assembleia Geral da ONU. No entanto, o acordo não entrou ainda em vigor porque falta o intercâmbio de notas entre os países, explicou a fonte.
Dois pontos cruciais do acordo não foram resolvidos na reunião: a criação de uma comissão de cinco membros e a data para que as autoridades judiciais argentinas viajem a Teerã para interrogar oito suspeitos do ataque terrorista.
O atentado contra a associação mutual judia AMIA em Buenos Aires, em 18 de julho de 1994, deixou um balanço de 85 mortos e 300 feridos.
A Argentina acusa o Irã de ter sido o autor intelectual do ataque e sua Justiça já indiciou oito iranianos, entre eles o ex-ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, o ex-chefe da Guarda Revolucionária, Mohsen Rezai, o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997) e o ex-conselheiro cultural iraniano na Argentina, Moshen Rabbani.
O encontro foi o primeiro entre Timerman e o novo chanceler iraniano, em meio a sinais de abertura de Teerã em relação ao Ocidente desde a chegada ao poder do presidente moderado Hassan Rouhani.