Irã e potências mundiais devem ultrapassar data limite para acordo
O Irã e seis potências mundiais aceleraram as negociações nesta terça-feira depois de admitirem que vão perder o prazo de 30 de junho para um acordo sobre o programa nuclear iraniano, com ambos os lados advertindo que os principais obstáculos ainda persistem.
Diplomatas disseram que as conversações de Viena seriam realizadas pelo tempo necessário para se chegar a um acordo destinado a pôr fim às sanções em troca de, pelo menos, uma década de limite às atividades nucleares mais sensíveis do Irã.
Países ocidentais e seus aliados suspeitam que o Irã possa estar desenvolvendo tecnologia que lhe permitiria construir armas nucleares sob o disfarce de um programa civil de energia atômica, mas o governo iraniano diz que seus objetivos são estritamente pacíficos.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, permaneceu em Viena para esperar o retorno do ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, que viajou para consultas com os dirigentes do país, em Teerã.
"Há questões reais e difíceis que persistem e que têm de ser resolvidas a fim de se obter um acordo abrangente, e nós ainda não sabemos se vamos ser capazes de chegar lá", disse um alto funcionário do governo norte-americano a repórteres.
Zarif voou na manhã de terça-feira com o chefe nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, e imediatamente entrou em quase duas horas de discussões particulares com Kerry. "Estou aqui para chegar a um acordo final, e eu acho que podemos", disse ele a repórteres. Zarif também deve se reunir com os seus homólogos alemães e russos mais tarde.
Há mais de uma semana, os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China vêm trabalhando continuamente com o Irã para tentar romper um impasse nas negociações sobre o acordo nuclear iraniano, e nunca estiveram tão perto de uma conclusão positiva. As principais diferenças são sobre o ritmo e o calendário da remoção das sanções impostas ao Irã e sobre a natureza dos mecanismos de monitoramento para garantir que o país esteja cumprindo o acordo.
(Reportagem adicional de Louis Charbonneau e Arshad Mohammed)