Iranianos protestam pedindo respeito à tradição do véu
Cerca de 4 mil manifestantes pediram que as autoridades analisem a situação da castidade na sociedade; segundo o grupo, o hijab - o véu que as mulheres usam - não está sendo usado por todas
Milhares de iranianos protestaram em Teerã nesta quarta-feira para denunciar o que consideram um desrespeito ao código de vestimenta imposto às mulheres no país, informou a imprensa oficial.
A lei islâmica em vigor desde a Revolução de 1979 obriga as mulheres a usar em público roupas largas e um hijab, um véu cobrindo a cabeça e o cabelo.
"Cerca de 4.000 manifestantes pediram que as autoridades analisem a situação do hijab e da castidade na sociedade", indicou a agência de notícias oficial Irna sobre a manifestação que ocorreu em frente à sede do Ministério do Interior.
Homens e mulheres participaram do protesto, de acordo com fotos publicadas pela imprensa.
"Preservar a castidade pública, respeitar o hijab islâmico e a segurança moral são questões cruciais que não devem ser esquecidas sob o pretexto de sanções econômicas ou uma mudança de governo (...) Há pessoas que ignoram completamente o hijab islâmico", denunciaram os manifestantes em um comunicado.
Segundo a agência Fars, a manifestação terminou pouco depois de o chefe de polícia de Teerã, Hossein Sajedinia, comparecer ao local e pedir o fim do protesto.
O governador da província de Teerã, Hossein Hashemi, declarou que a manifestação era ilegal porque não tinha sido autorizada pelo Ministério do Interior.
"Aqueles que querem evitar o vício não deveriam cometer tal violação (da lei)", disse à agência de notícias Isna.
Entre as forças policiais iranianas há uma unidade de "moralidade", responsável por garantir que as mulheres na rua respeitem o código de vestimenta. Detenção e prisão são comuns para esse tipo de violação.
O presidente Hassan Rohani, um moderado eleito em junho de 2013, pediu em outubro que a polícia fosse tolerante com o hijab.
Rohani, apoiado pelos reformistas, por moderados e por alguns conservadores, fez campanha antes de sua eleição por maior liberdade cultural e social na República Islâmica.