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Iraque: após convocação, rebeldes estão a caminho de Bagdá

Combatentes islâmicos encontravam-se, esta manhã, a menos de 100 quilômetros da capital do país; reunião para decretar emergência não ocorreu

12 jun 2014 - 09h56
(atualizado às 11h47)
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<p>Combatentes do grupo radical do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), ligado à Al-Qaeda, ocuparam diversas reigões do norte do país, nos últimos dias</p>
Combatentes do grupo radical do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), ligado à Al-Qaeda, ocuparam diversas reigões do norte do país, nos últimos dias
Foto: AP

Os rebeldes sunitas estão a caminho de Bagdá, depois de se terem apoderado de extensas áreas do Noroeste do Iraque, e os Estados Unidos admitem fazer ataques aéreos para deter a ofensiva extremista.

Mais cedo, os rebeldes haviam convocado seguidores para aderir a uma ampla marcha em direção a capital do país.

Na capital, os xiitas estão se preparando para uma potencial repetição do banho de sangue étnico e sectário ocorrido em 2006-2007.

Caminhões carregando voluntários xiitas em uniformes avançavam rumo às linhas de frente para defender a capital.

O surpreendente avanço do EIIL, que busca construir um Estado islâmico baseado em princípios medievais sunitas na Síria e no Iraque, é a maior ameaça ao Iraque desde que as tropas dos EUA deixaram o país em 2011.

Centenas de milhares de pessoas deixaram suas casas com medo de que os militantes tomassem as principais cidades do vale do Tigre ao norte de Bagdá.

Estado de emergência adiado

O Parlamento iraquiano teria hoje uma reunião para decretar, a pedido do governo do xiita Nuri Al-Maliki, o estado de emergência no país. No entanto, a reunião não pôde ocorrer por falta de quórum, declarou um deputado à AFP.

"O parlamento não pôde realizar neste dia a sessão de urgência por falta de quórum", afirmou à AFP Amar Tohmé. A sessão exige a presença de 165 deputados, mas apenas 128 estavam presentes.

Foto: Arte Terra

Os combatentes do grupo radical do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), ligado à Al-Qaeda, ocuparam, nos últimos dias as regiões de Siniyah e Suleimane-Bek, a província iraquiana de Nínive e parte de duas províncias vizinhas, Kirkuk e Salaheddine, incluindo a cidade de Tikrit, que já teria sido retomada.

Esta manhã, os rebeldes encontravam-se a menos de 100 quilômetros de Bagdá, depois de terem tomado na noite anterior Dhuluiya, segundo um coronel da polícia e habitantes.

Além dos territórios do Norte, os combatentes do EIIL, considerado um dos grupos “mais perigosos do mundo” pelos Estados Unidos, controlam já regiões da província ocidental de Al-Anbar, incluindo a cidade de Falluja, desde janeiro.

Para deter a ofensiva islâmica, os Estados Unidos, que retiraram os seus militares do Iraque no fim de 2011, consideram várias opções, mas excluem o envio de tropas terrestres.

A ajuda a Bagdá poderá ser dada por meio de ataques feitos por drones (aviões não tripulados), segundo um responsável norte-americano.

O EIIL, que pretende instaurar um Estado islâmico no Iraque, conta com o apoio de tribos antigovernamentais e de grupos entre a minoria sunita que se considera marginalizada pelo poder xiita.

Agência Brasil Agência Brasil
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