Iraque: chanceler afirma que jihadistas fogem de Mossul
Ofensiva esmagadora jihadistas no norte e no oeste do Iraque permitiu que os curdos fortalecessem seu domínio sobre os territórios disputados com o governo central
O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, admitiu que ocorrem incidentes graves nas cidades de Mossul e Tikrit, ao mesmo tempo em que afirmou nesta quinta-feira em Londres que os jihadistas estavam fugindo após a resposta das forças de segurança.
Os combatentes jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) avançavam nesta quinta-feira em direção à capital Bagdá, depois de conquistar amplos territórios do noroeste do Iraque, segundo várias fontes em terra.
A ofensiva esmagadora jihadistas no norte e no oeste do Iraque permitiu que os curdos fortalecessem seu domínio sobre os territórios disputados com o governo central da capital.
O chefe da diplomacia iraquiana, que está em Londres para participar de uma conferência sobre os estupros em zonas de conflito, admitiu que ocorreram "incidentes graves nas cidades de Mossul e Tikrit".
"Mas (segundo) as informações que tenho disponíveis hoje procedentes da capital (...), a situação começou a se inverter e as forças de segurança iraquianas conseguiram se reorganizar e repeli-los para impedir que tomem outras instalações estratégicas mais ao sul de Tikrit", afirmou na Sky News.
"Acredito que agora estão fugindo, os homens (do EIIL), da Al-Qaeda e os outros grupos armados", acrescentou.
O ministro admitiu que a ofensiva jihadista significava "uma perturbação muito, muito grave" para o Iraque.
"É sem dúvida um revés para as forças de segurança iraquianas que desmoronaram na maior cidade e abandonaram suas armas e seu material", admitiu.
"Agora tentamos resolver esta situação, expulsar estes terroristas de nossas principais cidades", indicou.
"Há indicações (que mostram que os jihadistas) se retiram de Mossul devido à contraofensiva (...) e há melhor coordenação entre Bagdá e o governo regional curdo, que pressiona no norte em direção a algumas zonas estratégicas", disse.
Na terça-feira, os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) assumiram o controle de toda a província de Nínive e de sua capital Mossul - a segunda maior cidade do Iraque - e de áreas das províncias de Saladino, Diyala e Kirkuk, mais ao sul.
As quatro províncias têm territórios que são reivindicados tanto pelo governo federal como pela região autônoma do Curdistão. Esta região é constituída por três províncias que possuem forças de segurança e um governo próprios, mas que são financeiramente dependentes de Bagdá.