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Iraque descobre ter 50 mil soldados fictícios no exército

Investigação que resultou nesta descoberta teve início com uma contagem rigorosa dos militares durante o último pagamento

30 nov 2014 - 16h27
(atualizado às 16h49)
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<p>Praticamente nenhum dos milhares de soldados que desertaram ou perderam a vida este ano no Iraque foram dados como baixa do ex&eacute;rcito</p>
Praticamente nenhum dos milhares de soldados que desertaram ou perderam a vida este ano no Iraque foram dados como baixa do exército
Foto: Reuters

O primeiro-ministro iraquiano Haidar al Abadi anunciou neste domingo que intensificará a luta contra a corrupção depois de descobrir que o país pagava salários a 50.000 soldados fictícios, o que implica quase quatro divisões, informou um comunicado oficial.

A investigação que resultou nesta descoberta teve início com uma contagem rigorosa dos militares durante o último pagamento.

"Há dois tipos de soldados fictícios", explicou um oficial à AFP. "No primeiro caso, cada oficial é autorizado, por exemplo, a ter cinco soldados. Ele fica com dois e manda três para casa, e embolsa seu salário ou parte dele".

"No segundo caso, acontece em nível da brigada. Um comandante de brigada pode ter 30, 40 ou mais soldados, mas a maioria fica em casa ou não existe".

"O problema é que o comandante, para conservar seu posto, deve pagar subornos a seus próprios superiores", acrescentou a fonte.

Por este motivo, praticamente nenhum dos milhares de soldados que desertaram ou perderam a vida este ano no Iraque foram dados como baixa do exército.

Em junho, no início da ofensiva do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), o exército iraquiano sofreu uma autêntica debandada.

Desde que assumiu suas funções em setembro, Abadi destituiu ou aposentou uma parte da cúpula militar e agora pretende lutar contra a corrupção e o clientelismo que cresceu sob comando de seu antecessor, Nuri al Maliki.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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