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Iraque: Kerry pressiona premiê frente ao avanço de rebeldes

Secretário norte-americano alertou que jihadistas são ameaça à integridade do país

23 jun 2014 - 12h34
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<p>Primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, e o secret&aacute;rio de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniram nesta segunda-feira, 23 de junho, em Bagd&aacute;</p>
Primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniram nesta segunda-feira, 23 de junho, em Bagdá
Foto: Reuters

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encontrou em Bagdá com o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, nesta segunda-feira para pressioná-lo por um governo mais inclusivo, enquanto as forças federais abandonavam a fronteira com a Jordânia, deixando a fronteira ocidental inteira sem controle governamental.

Tribos sunitas assumiram o controle da fronteira no deserto de Turaibil, o único ponto de passagem legal entre o Iraque e a Jordânia, depois que as forças de segurança iraquianas fugiram, segundo fontes de segurança dos dois países.

Os líderes tribais estavam negociando entregar o posto de controle aos islamistas sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que tomaram o controle de duas passagens principais para a Síria nos últimos dias e expulsaram as forças do governo liderado pelos xiitas, seguindo rumo a Bagdá.

As forças curdas controlam o terceiro posto fronteiriço com a Síria, no norte, deixando as tropas do governo sem nenhuma presença nos 800 quilômetros da fronteira ocidental, que incluem algumas das mais importantes rotas comerciais do Oriente Médio.

Para os rebeldes, controlar a fronteira é um passo decisivo para seus planos de eliminar a fronteira moderna por completo e construir um califado em território da Síria e do Iraque.

Foto: Arte Terra

Os Estados Unidos, que retiraram suas tropas do Iraque em 2011 - depois da ocupação que se seguiu à invasão em 2003 que derrubou o ditador Saddam Hussein -, vêm se empenhando em ajudar o governo de Maliki a conter a insurgência sunita liderada pelo EIIL, um braço da Al-Qaeda que tomou cidades do norte este mês.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concordou na semana passada em enviar cerca de 300 membros das forças especiais como conselheiros, mas evita enviar forças para ataques aéreos, bem como tropas terrestres.

No entanto, o governo norte-americano tem sido solidário com as queixas de muitos sunitas, que dominavam o Iraque sob Saddam, de que Maliki vem conduzindo um governo xiita sectário, excluindo-os do poder.

Um dos mais importantes e ativos líderes sunitas de Bagdá, o presidente do Parlamento, Osama al-Nujaifi, concorda com Kerry que é necessária uma abordagem dupla para derrotar a ameaça do EIIL: "Nós temos que enfrentá-los através de operações militares diretas e através de reforma política", ele disse a Kerry.

Washington teme que Maliki e seus colegas xiitas, que ganharam eleições apoiadas pelos Estados Unidos, estejam fortalecendo a insurgência ao alienar sunitas moderados que lutaram contra a al-Qaeda, mas agora se juntam ao EIIL. Embora o governo norte-americano tome o cuidado de não dizer publicamente que quer o afastamento de Maliki, autoridades iraquianas dizem que essa mensagem já foi entregue nos bastidores.

Houve pouca conversa fiada no encontro entre Kerry e Maliki. Ao final, Kerry comentou: "Foi bom".

No domingo o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou Washington de tentar recuperar o controle do Iraque, que já ocupou, o que foi negado por Kerry.

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