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Israel abre aeroporto militar como saída a voos cancelados

Alternativa fica perto da cidade de Eilat, onde três foguetes caíram há 10 dias; dezenas de pessoas se deslocaram até a região, ainda considerada uma das mais seguras, para se abrigar dos mísseis disparados da Faixa de Gaza pelo Hamas

23 jul 2014 - 20h46
(atualizado às 21h08)
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<p>Passageiros aguardam na fila de controle de segurança antes de partir do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, em 22 de julho</p><p> </p>
Passageiros aguardam na fila de controle de segurança antes de partir do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, em 22 de julho
Foto: Siegfried Modola / Reuters

O ministro israelense dos Transportes, Yisrael Katz, anunciou nesta quarta-feira a abertura do aeroporto militar de Ovda, ao sul do país, como alternativa ao aeroporto Ben-Gurion, perto de Tel Aviv, depois que várias companhias americanas e europeias anunciaram a suspensão dos voos por motivos de segurança.

Segundo o ministério do Turismo de Israel informou ao Terra, 209 voos operaram no aeroporto de Ben Gurion nesta quarta-feira, com 132 mil embarques e desembarques, sem incluir os voos que chegaram ao aeroporto Ovda a partir do do meio-dia.

As empresas israelenses El Al, Arkia e Israir continuam a operar normalmente e outras 22 companhias aéreas estrangeiras continuam a voar para Israel como previsto, entre elas, a British Airways, Aeroflot e Ukrainian Airlines, com varios vôos por dia. "Os céus sobre Israel permanecem abertos graças às companhias aéreas estrangeiras que continuam os seus voos regulares para o país", disse o ministro do Turismo, Uzi Landau.

<p>Israelenses esperam para embarcar no Aeroporto Internacional Ben Gurion um dia após a Administração Federal de Aviação dos EUA impor uma restrição a voos para Tel Aviv</p><p> </p>
Israelenses esperam para embarcar no Aeroporto Internacional Ben Gurion um dia após a Administração Federal de Aviação dos EUA impor uma restrição a voos para Tel Aviv
Foto: Dan Balilty / AP

Na internet, os cancelamentos dos voos geraram um debate intenso. O estudante de direito da Universidade UV de Amsterdã, Mario van Tongeren, acredita que a decisão de não voar a Israel não surgiu devido apenas ao receio de algumas empresas após a queda de um foguete do Hamas no subúrbio de Tel Aviv, mas como consequencia direta do impacto do voo MH17 da Malaysia Airlines na Ucrânia.

 "O mundo da aviação ficou mais cuidadoso depois do que aconteceu na Ucrânia", afirmou em fórum de leitores do jornal Jerusalem Post. Mas, para o estudante, "muita gente tinha voos reservados e aceitarão as rotas alternativas" para ir a Israel.

A opção apresentada --o aeroporto civil e militar de Ovda-- fica próximo à cidade de Eilat, onde muitos turistas costumam passar as férias de verão e curtindo o Mar Morto. "A gente não imaginou que haveria essa guerra, mas que teríamos mais trabalho neste verão", contou ao Terra a dona de uma sorveteria na orla da cidade; que pediu para não ter o nome publicado. Ela lamentou o cancelamento de voos da Europa e dos EUA.

Há dez dias os moradores de Eilat viram cair dois foguetes no centro da cidade e outro em uma área afastada, deixando feridos e danos materiais. "Mas a situação aqui está um pouco melhor do que no resto do país, onde as sirenes tocam todo o tempo para alertar as pessoas para correrem para os abrigos", disse a moradora de Eilat.

A empresária também contou que mais moradores da região fronteiriça com Gaza do que turistas propriamente ditos se deslocaram para o local. "Muita gente veio para cá não para aproveitar as férias, mas para se abrigar dos foguetes", conta. 

O turismo representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) de Israel. Para o diretor-geral do ministério do Turismo de Israel, Amir Halevi, a suspensão dos voos não terá graves consequências para o setor no país. "O turismo em Israel experimentou crises semelhantes no passado e soube lidar com elas. Acreditamos que o produto turístico de Israel é único e atraente, e já estamos nos preparando para lançar uma grande campanha de marketing."

Por outro lado, devido a uma queda de 35% no número de visitantes, a Associação Hoteleira de Israel estima que as perdas no terceiro trimestre atinjam 500 milhões de dólares. A companhia El Al Israel Airlines calculou perdas de receitas na ordem de 50 milhões de dólares. E para a Associação de Operadores turísticos de Israel as receitas deverão cair entre 30 a 40% devido ao conflito em Gaza -- mesmo antes do cancelamento dos voos.

Na última terça-feira, o ministro israelense de Transporte afirmou que a suspensão de voos da Europa e dos EUA a Israel significava "um prêmio para o terrorismo". Já o secretário de Estado americano, John Kerry, disse que o objetivo da suspensão dos voos era "proteger a vida de civis".

Na análise do jurista americano, Alan Dershowitz, o alvo no aeroporto israelense é parte da estratégia do Hamas em deixar Israel sem saída, "a não ser manter ações militares que colocam em risco a vida de palestinos inocentes".

Foto: Arte Terra

Fonte: Especial para Terra
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