Israel abre aeroporto militar como saída a voos cancelados
Alternativa fica perto da cidade de Eilat, onde três foguetes caíram há 10 dias; dezenas de pessoas se deslocaram até a região, ainda considerada uma das mais seguras, para se abrigar dos mísseis disparados da Faixa de Gaza pelo Hamas
O ministro israelense dos Transportes, Yisrael Katz, anunciou nesta quarta-feira a abertura do aeroporto militar de Ovda, ao sul do país, como alternativa ao aeroporto Ben-Gurion, perto de Tel Aviv, depois que várias companhias americanas e europeias anunciaram a suspensão dos voos por motivos de segurança.
Segundo o ministério do Turismo de Israel informou ao Terra, 209 voos operaram no aeroporto de Ben Gurion nesta quarta-feira, com 132 mil embarques e desembarques, sem incluir os voos que chegaram ao aeroporto Ovda a partir do do meio-dia.
As empresas israelenses El Al, Arkia e Israir continuam a operar normalmente e outras 22 companhias aéreas estrangeiras continuam a voar para Israel como previsto, entre elas, a British Airways, Aeroflot e Ukrainian Airlines, com varios vôos por dia. "Os céus sobre Israel permanecem abertos graças às companhias aéreas estrangeiras que continuam os seus voos regulares para o país", disse o ministro do Turismo, Uzi Landau.
Na internet, os cancelamentos dos voos geraram um debate intenso. O estudante de direito da Universidade UV de Amsterdã, Mario van Tongeren, acredita que a decisão de não voar a Israel não surgiu devido apenas ao receio de algumas empresas após a queda de um foguete do Hamas no subúrbio de Tel Aviv, mas como consequencia direta do impacto do voo MH17 da Malaysia Airlines na Ucrânia.
"O mundo da aviação ficou mais cuidadoso depois do que aconteceu na Ucrânia", afirmou em fórum de leitores do jornal Jerusalem Post. Mas, para o estudante, "muita gente tinha voos reservados e aceitarão as rotas alternativas" para ir a Israel.
A opção apresentada --o aeroporto civil e militar de Ovda-- fica próximo à cidade de Eilat, onde muitos turistas costumam passar as férias de verão e curtindo o Mar Morto. "A gente não imaginou que haveria essa guerra, mas que teríamos mais trabalho neste verão", contou ao Terra a dona de uma sorveteria na orla da cidade; que pediu para não ter o nome publicado. Ela lamentou o cancelamento de voos da Europa e dos EUA.
1º de agosto- palestinos carregam o corpo de uma criança e de um adulto mortos em um ataque israelense contra um edifício na Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
1º de agosto - militar israelense caminha próximo a tanques que avançam em direção à Gaza
Foto: Tsafrir Abayov / AP
1º de agosto - crianças palestinas recebem tramento médico em um hospital de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
1º de agosto - palestinos carregam o corpo de um menino encontrado morto durante ofensiva israelense na vila de Khuzaa, no sul de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
1º de agosto - soldado israelense aponta sua arma contra manifestantes pró-Palestina em Gaza
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
1º de agosto - um jovem palestino carrega os pertences que sobraram após uma ataque do exército israelense contra sua casa em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
28 de julho - um menino palestino segura uma arma de brinquedo durante um protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, em Jerusalém
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - pessoas se reúnem ao redor do corpo de uma vítima palestina, morta durante um ataque israelense, em Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
28 de julho - um veículo militar isarelense volta à Israel após cruzar a fronteira em direção à Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
28 de julho - crianças palestinas carregam armas de brinquedo em manifestações realizadas em Jerusalém contra Israel
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - uma mulher palestina beija o túmulo do filho, vítima da ofensiva israelense, no norte de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
26 de julho - prédios em Gaza são destruídos após ataque israelense
Foto: Ronen Zvulun / Reuters
22 de julho - mísseis israelenses atingem regiões da Faixa de Gaza, matando dezenas de pessoas
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem envolvido em uma bandeira do Hamas durante um funeral em Rafah, sul da faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
22 de julho - prédios de Gaza são destruídos por mísseis israelenses
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - um palestino observa partes destruídas da Torre Al-Shalam (Torre da Paz) atingida por mísseis israelenses em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
22 de julho - chamas se espalham entre prédios após ofensiva israelense no bairro de Shijaiyah, na Faixa de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - em forma de respeito à vítima, palestinos depositam cobertores e peças de roupa no local de sua morte, em Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
21 de julho - jornalistas fotografam os corpos de seis membros de uma mesma família mortos em um ataque de Isarel, no hospital Shifa, em Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - palestinos rezam próximo aos corpos de 17 pessoas de uma mesma família envolvidos pela bandeira do grupo Hamas
Foto: Hatem Ali / AP
16 de julho - um homem palestino chora enquanto segura no necrotério do hospital Shifa o corpo de seu irmão mais novo, morto em um bombardeio israelense em Gaza
Foto: Oliver Weiken / EFE
15 de julho - palestinos são fotografados próximos a uma casa destruída por um ataque israelense, em Rafah, no sul de Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
15 de julho - tanques e tropas israelenses se concentram próximo à Faixa de Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
15 de julho - uma unidade de artilharia móvel israelense dispara em direção à Faixa de Gaza
Foto: Nir Elias / Reuters
14 de julho - palestinos apagam incêndio causado por um ataque aéreo israelense em uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
14 de julho - um menino palestino caminha entre os escombros de uma casa destruída por mísseis israelenses
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
10 de julho - soldados israelenses dirigem um tanque em direção à fronteira entre Israel e Gaza, aumentado os temores da realização de um ataque terrestre
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - tanques israelenses são conduzidos até uma área de recolhimento, perto da fronteira entre Israel e Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - palestina chora a morte de familiares vítimas de foguetes lançados por Isarel, na Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem morto durante um ataque com mísseis de Israel na cidade de Beit Hanoun
Foto: Khalil Hamra / AP
9 de julho - uma bola de fogo explode no céu instantes após um míssil israelense atingir um campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - céu é encoberto por fumaça causada por explosão de míssil israelense na Faixa de Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - uma mulher palestina foge junto dos filhos após um ataque aéreo israelense em uma casa em Gaza
Foto: Majdi Fathi / Reuters
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
8 de julho - palestinos vasculham os destroços de um veículo após um ataque aéreo israelense no norte da Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
8 de julho - vítimas dos foguetes lançados por Israel tentam resgatar alguns pertences após uma investida do exército israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos tantam recuperar alguns pertences após terem suas casas destruídas pela ofensiva israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos observam destroços de uma casa bombardeada por Israel
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - palestinos observam o destroços de uma casa atingida por um foguete israelense
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - um míssil é lançado por uma bateria de "Iron Dome" (sistema de defesa de mísseis de curto alcance projetado para interceptar e destruir foguetes e bombas de artilharia), no sul da cidade israelense de Ashdod, vizinha a Faixa de Gaza
Foto: David Buimovitch / AFP
8 de julho - Uma mulher palestina é vista no meio de destruição, após um ataque militar israelense na cidade de Gaza
Foto: Mahmud Hams / AFP
8 de julho - Uma coluna de fumaça sobe a partir de edifícios, na sequência de um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza. Ataques israelenses mataram pelo menos 13 palestinos e deixaram outros 80 feridos
Foto: Moez Salhi / AFP
8 de julho - palestinos observam os destroços e destruição após bombardeios israelenses, na Faixa de Gaza
Foto: Reuters
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Há dez dias os moradores de Eilat viram cair dois foguetes no centro da cidade e outro em uma área afastada, deixando feridos e danos materiais. "Mas a situação aqui está um pouco melhor do que no resto do país, onde as sirenes tocam todo o tempo para alertar as pessoas para correrem para os abrigos", disse a moradora de Eilat.
A empresária também contou que mais moradores da região fronteiriça com Gaza do que turistas propriamente ditos se deslocaram para o local. "Muita gente veio para cá não para aproveitar as férias, mas para se abrigar dos foguetes", conta.
O turismo representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) de Israel. Para o diretor-geral do ministério do Turismo de Israel, Amir Halevi, a suspensão dos voos não terá graves consequências para o setor no país. "O turismo em Israel experimentou crises semelhantes no passado e soube lidar com elas. Acreditamos que o produto turístico de Israel é único e atraente, e já estamos nos preparando para lançar uma grande campanha de marketing."
Por outro lado, devido a uma queda de 35% no número de visitantes, a Associação Hoteleira de Israel estima que as perdas no terceiro trimestre atinjam 500 milhões de dólares. A companhia El Al Israel Airlines calculou perdas de receitas na ordem de 50 milhões de dólares. E para a Associação de Operadores turísticos de Israel as receitas deverão cair entre 30 a 40% devido ao conflito em Gaza -- mesmo antes do cancelamento dos voos.
Na última terça-feira, o ministro israelense de Transporte afirmou que a suspensão de voos da Europa e dos EUA a Israel significava "um prêmio para o terrorismo". Já o secretário de Estado americano, John Kerry, disse que o objetivo da suspensão dos voos era "proteger a vida de civis".
Na análise do jurista americano, Alan Dershowitz, o alvo no aeroporto israelense é parte da estratégia do Hamas em deixar Israel sem saída, "a não ser manter ações militares que colocam em risco a vida de palestinos inocentes".