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Israel analisa se colabora com Comissão de ONU sobre Gaza

Objetivo de comissão da ONU é investigar violações do direito humanitário e decidir se Israel cometeu crimes de guerra nos primeiros 33 dias da ofensiva na Faixa de Gaza

13 ago 2014 - 03h38
(atualizado às 03h45)
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<p>Por causa do alto número de vítimas civis, organismos internacionais e governos estrangeiros acreditam que não se respeitou o princípio da "proporcionalidade" e que o exército israelense atacou "indiscriminadamente" a população</p>
Por causa do alto número de vítimas civis, organismos internacionais e governos estrangeiros acreditam que não se respeitou o princípio da "proporcionalidade" e que o exército israelense atacou "indiscriminadamente" a população
Foto: Mohammed Salem / Reuters

Israel decidirá nos próximos dias se colaborará com a comissão designada pela ONU para investigar a operação Limite Protetor em Gaza, liderada pelo canadense William Schabas, ou se a boicotará, publicou nesta quarta-feira o jornal Yedioth Ahronoth.

"A cúpula política e judicial se reunirá nos próximos dias. A decisão será tomada governo após verificar qual é o mandato da comissão e como a investigação evolui", disse o jornal, que mencionou a ministra da Justiça, Tzipi Livni.

A comissão, designada pelo Conselho de Direitos Humanos na semana passada, também contará com o jurista senegalês Doudou Diene, professor de direito público e que foi analista da ONU sobre as formas contemporâneas de racismo e xenofobia, e uma terceira pessoa, depois de a jurista britânico-libanesa Amal Alamuddin recusar o convite.

O objetivo é investigar violações do direito humanitário e decidir se Israel cometeu crimes de guerra nos primeiros 33 dias da ofensiva, em que morreram quase dois mil palestinos, a maioria civis e entre eles mais de 400 crianças e 230 mulheres, segundo dados da ONU recusados por Israel.

Israel lançou a operação Limite Protetor em 8 de julho em resposta ao lançamento de foguetes contra seu território a partir de Gaza, e apelando ao direito da defesa própria.

No entanto, por causa do alto número de vítimas civis, organismos internacionais e governos estrangeiros acreditam que não se respeitou o princípio da "proporcionalidade" e que o exército israelense atacou "indiscriminadamente" a população.

"Os relatórios sobre atividades de militantes não justificam colocar em perigo as vidas e a segurança de muitos milhares de civis inocentes", apontou ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que criticou as duas partes do conflito pela falta de vontade para evitar a violência.

Em várias entrevistas divulgadas na imprensa israelense nas últimas horas, Schabas pede que Israel não boicote a comissão para que ela possa "refletir sobre a postura das duas partes".

Os principais meios locais questionaram a capacidade do presidente da comissão de realizar uma investigação objetiva porque há vários anos manifestou em público seu desejo de levar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Corte Internacional de Justiça.

Israel já foi investigada em 2009 e 2010 por outra comissão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a Comissão Goldstone, em relação à operação "Chumbo Fundido", com a qual não colaborou e que levou a severas condenações internacionais de sua política na Faixa e sua atuação militar.

Nesse sentido, vários meios assinalaram que "Israel aprendeu a lição" e que de uma forma ou outra "fará chegar material" à nova comissão, mesmo que não colabore com ela oficialmente.

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EFE   
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