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Israel enterra soldados mortos em ataque do Hezbollah

Centenas de pessoas acompanharam o enterro do capitão Yochai Kalangel, de 25 anos, no cemitério militar do monte Herzl, em Jerusalém

29 jan 2015 - 20h00
(atualizado em 30/1/2015 às 07h51)
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Soldados mortos pelo Hezbollah foram enterrados em Israel
Soldados mortos pelo Hezbollah foram enterrados em Israel
Foto: Ronen Zvulun / Reuters

Israel enterrou nesta quinta-feira os dois militares mortos na véspera em um ataque do Hezbollah libanês, que o país prometeu vingar, apesar de uma escalada da violência não interessar a ninguém no momento.

Centenas de pessoas, incluindo soldados da brigada Givati, acompanharam o enterro do capitão Yochai Kalangel, de 25 anos, no cemitério militar do monte Herzl, em Jerusalém.

O capitão Kalangel, promovido a comandante a título póstumo, morreu na quarta-feira ao lado do sargento Dor Chaim Nini na explosão de mísseis lançados contra um comboio da brigada Givati perto de Ghajar, na área ocupada das fazendas de Shebaa, na tríplice fronteira de Israel, Síria e Líbano. Sete soldados foram feridos.

Chaim Nini, 20 anos, promovido a sargento-chefe, foi sepultado à tarde em Shtulim, perto de Ashdod.

Dor Chaim Nini chegou na terça-feira à região e conversou com a namorada na manhã de quarta-feira.

"Não se preocupe, volto à noite", teria dito, segundo familiares.

Os militares foram vítimas de pelo menos cinco mísseis, relatou a imprensa israelense.

A calma retornou nesta quinta-feira à fronteira, que permanece em estado de alerta. No lado israelense, os agricultores se ocupavam de seus cultivos perto da linha fronteiriça, constatou um fotógrafo da AFP.

O Exército mantém canhões posicionados, mas a presença de soldados é mais discreta. As escolas abriram as portas, assim como a estação de esqui do monte Hermon.

Do lado libanês, a situação também parecia tranquila. A Agência Nacional de Informação destacou a presença de "drones" israelenses no espaço aéreo do sul do Líbano e da região de Bekaa (leste).

O Exército israelense considera esses últimos acontecimentos os mais graves desde 2006 e a guerra devastadora entre Israel e o Hezbollah xiita libanês.

"Os que estão por trás desses ataques vão pagar por isso", prometeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Em um comunicado de reivindicação do ataque, o Hezbollah dá a entender que a ação foi em represália a uma ação de 18 de janeiro nas colinas de Golã, atribuída a Israel. No ataque, cuja responsabilidade Israel nunca assumiu, ou desmentiu, morreram seis integrantes do Hezbollah.

Analistas acreditam que as duas partes poderão optar por evitar uma escalada.

Em um fato raro, o ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, afirmou que o Hezbollah, segundo ele, enviou a Israel uma mensagem por intermédio da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), declarando que, "de seu ponto de vista, o incidente está terminado".

"Os riscos (de escalada) são mínimos, para não dizer inexistentes", disse à AFP Yaakov Amidror, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Netanyahu.

"A nenhuma das partes interessa uma operação maior. Para o Hezbollah, em particular, é mais urgente prosseguir o combate com o Exército do presidente Bashar al-Assad na Síria para preservar sua retaguarda síria", completou.

A Israel tampouco interessa uma confrontação generalizada a poucas semanas das eleições legislativas antecipadas, "pelos danos enormes que causaria: o Hezbollah dispõe de 100 mil foguetes", muito mais do que o Hamas tinha antes da guerra de 2014.

Com as fazendas de Shebaa, o Hezbollah escolheu deliberadamente um lugar "não muito comprometedor", comentou o professor de Sociologia Waddah Charara, da Universidade Libanesa, que fala de "terreno de confrontação, no qual cada um conhece as regras".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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