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Oriente Médio

Israel espera continuidade com Obama; palestinos pedem atitude

7 nov 2012 - 10h20
(atualizado às 11h59)
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Guila Flint
Da BBC Brasil

Após a vitória de Barack Obama, o governo de Israel disse esperar uma continuação da aliança estratégica entre os dois países, enquanto a liderança palestina manifestou a expectativa de que, em sua segunda gestão, o presidente americano adote uma atitude mais enérgica para promover uma solução do conflito.

Obama durante o discurso da vitória em Chicago; presidente foi reeleito para mais quatro anos nos EUA
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Foto: AP

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O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, emitiu uma nota curta em reação à eleição de Obama, declarando que "a aliança estratégica entre Israel e os Estados Unidos é mais forte do que nunca". "Continuarei trabalhando com o presidente Obama para garantir os interesses vitais para a segurança dos cidadãos de Israel", disse.

Já um dos principais aliados de Netanyahu, o líder do partido ultra-ortodoxo Shas e ministro do Interior, Eli Ishai, fez uma critica direta ao premiê, afirmando que "não devemos interferir nas eleições de outro país. Esta manhã provavelmente não é tão boa para Netanyahu", afirmou em referência à preferência declarada do premiê pelo candidato republicano, Mitt Romney.

Veja íntegra do discurso da vitória de Obama

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, parabenizou Obama e declarou que espera que os EUA "sejam fieis à paz, à estabilidade e à democracia, para que seja possível alcançar a solução de dois Estados com base nas fronteiras de 1967".

Fazendo jus ao Nobel

O diretor do Instituto de Pesquisa Socioeconômica de Belém, Jad Ishaq, disse à BBC Brasil que espera que, em sua segunda gestão, o presidente americano "demonstre que mereceu o Prêmio Nobel da Paz que recebeu". "Nós, palestinos, ficamos muito decepcionados com a falta de ação de Obama durante sua primeira gestão. Esperamos que, agora, ele se sinta mais livre para trabalhar energicamente por uma solução do conflito entre israelenses e palestinos e pelo fim da ocupação israelense", afirmou.

Esta é justamente a preocupação de políticos da direita israelense. O deputado do Likud, Dany Danon, disse que está "decepcionado" com a vitória de Obama. "Não podemos confiar nele, só podemos confiar em nós mesmos", afirmou Danon. Para o pacifista israelense, Uri Avnery, a eleição de Obama é "um motivo de alegria". "Essa vitória é boa para Israel e ruim para Netanyahu", disse Avnery à BBC Brasil, "espero que o presidente aproveite sua segunda gestão para mergulhar nos assuntos do Oriente Médio e promover a paz entre Israel e o povo palestino", comentou.

Não entende nada

De acordo com Avnery, que é um veterano ativista pacifista e líder do grupo Gush Shalom, Netanyahu cometeu um erro a apostar no candidato republicano. "Netanyahu, que viveu muitos anos nos Estados Unidos, sempre se apresentou como um grande entendedor da politica americana, mas, desta vez, ele provou que não entende nada".

Para vários analistas locais, as relações tensas entre Netanyahu e Obama poderão prejudicar a imagem pública do premiê e ter um impacto negativo para ele nas eleições em Israel, previstas para janeiro de 2013. A ex-chanceler de Israel, Tzipi Livni, do partido de centro Kadima, declarou que "a segurança de Israel se baseia nas relações estratégicas com os Estados Unidos, que se constroem com a confiança entre os líderes - coisa que está em falta hoje em dia".

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