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Israel inicia homenagens a vítimas do Holocausto

27 abr 2014 - 17h54
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Ao acender seis tochas em memória dos seis milhões de judeus exterminados pelo nazismo, Israel iniciou nesta noite a comemoração do Dia em Lembrança dos Mártires e Vítimas do Holocausto, de marcado luto nacional.

Sob o lema este ano de "No abismo: 1944 entre a Aniquilação e a Libertação", os atos oficiais foram iniciados no Museu do Holocausto (Yad Vashem) de Jerusalém, com a presença de importantes personalidades políticas, militares e religiosas, e de convidados locais e estrangeiros.

O presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, afirmou no ato que a existência do moderno Estado israelense "dissuade contra qualquer tentativa de um novo Holocausto".

"Uma Israel forte é nossa resposta aos horrores do anti-semitismo, mas não desculpa o resto do mundo de sua responsabilidade por não ter impedido que esta doença retornasse aos seus lares", discursou.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ressaltou a necessidade de "lembrar uma ameaça existencial", e se perguntou se "os dirigentes mundiais não puderam advertir do perigo" que significava o nazismo no século passado.

Reiterou que o Irã procura um acordo com a comunidade internacional que permita a ele continuar com seu programa nuclear ao mesmo tempo em que consegue que se aliviem as sanções internacionais contra ele, e advertiu da ameaça que isso representa.

A cerimônia aconteceu na Praça do Gueto de Varsóvia, onde seis sobreviventes acompanhados por familiares prenderam as tochas, intercaladas por apresentações musicais e a leitura de suas experiências.

Proeminentes rabinos recitam salmos, a oração fúnebre judaica do "Kadish", e o Male Rajamim, em memória das almas desaparecidas durante o Terceiro Reich.

Yad Vashem é a instituição pública que conserva a memória deste obscuro episódio e preserva os "Testemunhos de vida" de três milhões de vítimas que foram identificadas até agora.

Amanhã, segunda-feira, tanto na Sala da Lembrança do museu, como no parlamento (Knesset), serão lidos os nomes das vítimas e às 10h (locais, 04h de Brasília) durante dois minutos será paralisada toda atividade em estradas, ruas, comércios e instituições, quando serão ouvidos pelos alto-falantes e meios de comunicação as sirenes antiaéreas.

As televisões transmitem documentários e filmes sobre o Holocausto e acontecem atos institucionais e religiosos em lembrança dos desaparecidos como consequência da "Solução Final", a política nazista destinada a exterminar o judaísmo europeu.

Israel fixou o Dia do Holocausto uma semana antes da data de fundação do Estado judeu de acordo com o calendário hebreu, uma comemoração que nos países ocidentais acontece em 27 de janeiro, data da libertação do campo de Auschwitz pelas tropas soviéticas.

Em Israel vivem atualmente 193 mil sobreviventes do Holocausto, que sofreram na própria pele as consequências das políticas racistas dos guetos e campos de concentração e extermínio construídos pelos nazistas e os regimes colaboracionistas, sobretudo no centro e leste da Europa.

A idade média dos sobreviventes é de 85 anos, e cerca de 13 mil deles morreram no último ano, segundo as estatísticas mais recentes.

O Ministério da Educação israelense lançou recentemente um novo programa curricular para estender o ensino do Holocausto desde o pré-escolar, apesar de alguns críticos advertirem que os menores de seis anos são pequenos demais para compreender o episódio.

Em outra prática iniciada há 15 anos, milhares de israelenses e judeus de todo o mundo viajaram no fim de semana à Polônia para participar da "Marcha da Vida", que imita, mas ao contrário, o percurso feito pelos internos em seu caminho às câmaras de gás de Auschwitz, desde os barracões do campo de Birkenau.

Um relatório anual da Universidade de Tel Aviv divulgado hoje mostra que os ataques violentos no mundo contra judeus diminuíram 19% em 2013 em relação ao ano anterior, embora alerta que o anti-semitismo está se expandindo pela Europa especialmente entre os setores da extrema direita.

EFE   
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