Israel intensificará campanha contra Hamas em Gaza
A aviação israelense já bombardeou 550 alvos do grupo islamita, e o governo autorizou a mobilização de 40 mil reservistas para uma possível operação terrestre
Israel prometeu nesta quarta-feira intensificar sua ofensiva contra o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza, depois de atacar pelo ar centenas de alvos e receber foguetes que chegaram a Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
"Decidimos intensificar os ataques contra o Hamas e as outras organizações terroristas em Gaza", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, depois que a aviação de seu país bombardeou 550 alvos como parte da operação "Barreira de Proteção", iniciada à meia-noite de segunda-feira.
Na véspera, o governo israelense autorizou a mobilização de 40.000 reservistas para uma possível operação terrestre.
"O exército está preparado para qualquer eventualidade", acrescentou Netanyahu, em um comunicado de seu gabinete publicado após uma reunião com os comandos da Defesa no sul do país.
O chefe de governo prometeu que "o Hamas pagará um preço alto por disparar foguetes contra cidadãos israelenses. A segurança dos cidadãos de Israel é a coisa mais importante".
O Hamas respondeu disparando 165 foguetes, alguns deles chegando a Jerusalém, Tel Aviv e inclusive à costa de Haifa, 160 km ao norte.
As operações israelenses deixaram até o momento 43 palestinos mortos, entre eles ativistas do Hamas, mas também mulheres e crianças, e mais de 300 feridos. Do lado israelense não foram registrados mortos ou feridos.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, por sua vez, acusou nesta quarta Israel de estar cometendo um genocídio em Gaza com esta operação militar.
"É um genocídio; matar famílias inteiras é um genocídio realizado por Israel contra nosso povo", afirmou Abbas em uma reunião de crise com a direção palestina na cidade de Ramallah, Cisjordânia.
O ataque mais sangrento ocorreu pouco depois da meia-noite em Beit Hanun, no norte de Gaza. Um míssil lançado contra uma casa acabou com a vida de um comando do movimento radical palestino Jihad Islâmica e de cinco de seus familiares, entre eles duas mulheres e duas crianças.
Também em Beit Hanun morreram em um ataque uma mulher de 40 anos e seu filho de 14, e a leste da cidade de Gaza dois irmãos de 12 e 13 anos, um bebê de um ano e meio e sua mãe.
1º de agosto- palestinos carregam o corpo de uma criança e de um adulto mortos em um ataque israelense contra um edifício na Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
1º de agosto - militar israelense caminha próximo a tanques que avançam em direção à Gaza
Foto: Tsafrir Abayov / AP
1º de agosto - crianças palestinas recebem tramento médico em um hospital de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
1º de agosto - palestinos carregam o corpo de um menino encontrado morto durante ofensiva israelense na vila de Khuzaa, no sul de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
1º de agosto - soldado israelense aponta sua arma contra manifestantes pró-Palestina em Gaza
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
1º de agosto - um jovem palestino carrega os pertences que sobraram após uma ataque do exército israelense contra sua casa em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
28 de julho - um menino palestino segura uma arma de brinquedo durante um protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, em Jerusalém
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - pessoas se reúnem ao redor do corpo de uma vítima palestina, morta durante um ataque israelense, em Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
28 de julho - um veículo militar isarelense volta à Israel após cruzar a fronteira em direção à Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
28 de julho - crianças palestinas carregam armas de brinquedo em manifestações realizadas em Jerusalém contra Israel
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - uma mulher palestina beija o túmulo do filho, vítima da ofensiva israelense, no norte de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
26 de julho - prédios em Gaza são destruídos após ataque israelense
Foto: Ronen Zvulun / Reuters
22 de julho - mísseis israelenses atingem regiões da Faixa de Gaza, matando dezenas de pessoas
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem envolvido em uma bandeira do Hamas durante um funeral em Rafah, sul da faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
22 de julho - prédios de Gaza são destruídos por mísseis israelenses
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - um palestino observa partes destruídas da Torre Al-Shalam (Torre da Paz) atingida por mísseis israelenses em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
22 de julho - chamas se espalham entre prédios após ofensiva israelense no bairro de Shijaiyah, na Faixa de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - em forma de respeito à vítima, palestinos depositam cobertores e peças de roupa no local de sua morte, em Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
21 de julho - jornalistas fotografam os corpos de seis membros de uma mesma família mortos em um ataque de Isarel, no hospital Shifa, em Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - palestinos rezam próximo aos corpos de 17 pessoas de uma mesma família envolvidos pela bandeira do grupo Hamas
Foto: Hatem Ali / AP
16 de julho - um homem palestino chora enquanto segura no necrotério do hospital Shifa o corpo de seu irmão mais novo, morto em um bombardeio israelense em Gaza
Foto: Oliver Weiken / EFE
15 de julho - palestinos são fotografados próximos a uma casa destruída por um ataque israelense, em Rafah, no sul de Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
15 de julho - tanques e tropas israelenses se concentram próximo à Faixa de Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
15 de julho - uma unidade de artilharia móvel israelense dispara em direção à Faixa de Gaza
Foto: Nir Elias / Reuters
14 de julho - palestinos apagam incêndio causado por um ataque aéreo israelense em uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
14 de julho - um menino palestino caminha entre os escombros de uma casa destruída por mísseis israelenses
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
10 de julho - soldados israelenses dirigem um tanque em direção à fronteira entre Israel e Gaza, aumentado os temores da realização de um ataque terrestre
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - tanques israelenses são conduzidos até uma área de recolhimento, perto da fronteira entre Israel e Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - palestina chora a morte de familiares vítimas de foguetes lançados por Isarel, na Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem morto durante um ataque com mísseis de Israel na cidade de Beit Hanoun
Foto: Khalil Hamra / AP
9 de julho - uma bola de fogo explode no céu instantes após um míssil israelense atingir um campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - céu é encoberto por fumaça causada por explosão de míssil israelense na Faixa de Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - uma mulher palestina foge junto dos filhos após um ataque aéreo israelense em uma casa em Gaza
Foto: Majdi Fathi / Reuters
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
8 de julho - palestinos vasculham os destroços de um veículo após um ataque aéreo israelense no norte da Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
8 de julho - vítimas dos foguetes lançados por Israel tentam resgatar alguns pertences após uma investida do exército israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos tantam recuperar alguns pertences após terem suas casas destruídas pela ofensiva israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos observam destroços de uma casa bombardeada por Israel
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - palestinos observam o destroços de uma casa atingida por um foguete israelense
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - um míssil é lançado por uma bateria de "Iron Dome" (sistema de defesa de mísseis de curto alcance projetado para interceptar e destruir foguetes e bombas de artilharia), no sul da cidade israelense de Ashdod, vizinha a Faixa de Gaza
Foto: David Buimovitch / AFP
8 de julho - Uma mulher palestina é vista no meio de destruição, após um ataque militar israelense na cidade de Gaza
Foto: Mahmud Hams / AFP
8 de julho - Uma coluna de fumaça sobe a partir de edifícios, na sequência de um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza. Ataques israelenses mataram pelo menos 13 palestinos e deixaram outros 80 feridos
Foto: Moez Salhi / AFP
8 de julho - palestinos observam os destroços e destruição após bombardeios israelenses, na Faixa de Gaza
Foto: Reuters
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Os Estados Unidos, a União Europeia, vários países árabes e o Irã pediram um fim imediato da violência, em uma região já agitada.
O Egito se somou aos apelos, mas minimizou as chances de mediar uma trégua, como já fez em escaladas de violência anteriores entre Israel e o Hamas. "Não há mediação propriamente dita", declarou um porta-voz da chancelaria egípcia.
Durante a noite, os aviões israelenses atacaram 160 alvos na Faixa de Gaza, tendo como alvos plataformas de lançamento de foguetes, postos de comando, casas e escritórios do Hamas, além de muitos túneis, segundo os detalhes fornecidos pelo general Moti Almoz, porta-voz militar.
"A operação se estenderá nos próximos dias", declarou o porta-voz, sem fornecer detalhes sobre uma possível operação terrestre.
"Estamos prontos para qualquer possibilidade, incluindo uma operação terrestre, se for necessária, embora este não seja o primeiro passo. De qualquer forma estamos preparados para isso, e por isso ordenamos a mobilização de 40.000 reservistas", explicou nesta quarta-feira o ministro do Interior, Gideon Saar, à rádio militar.
Apesar desta chuva de bombas sobre Gaza, os disparos de foguetes contra o território israelense prosseguiram.
Na manhã desta quarta-feira, dois foguetes lançados a Tel Aviv, o pulmão econômico de Israel, foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis Iron Dome, segundo o exército.
As sirenes provocaram um momento de pânico entre os habitantes e alguns se protegeram atrás de carros ou nos pontos de ônibus.
Mais tarde, dois foguetes disparados de Gaza caíram no mar em frente a Haifa, em um ato reivindicado pelo braço militar do Hamas. É a primeira vez que os projéteis alcançam o grande porto do norte de Israel, a mais de 160 km da Faixa.
O Hamas reivindicou na noite de terça-feira disparos de foguetes contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, onde as sirenes soaram e três projéteis caíram.
A nova espiral de violência, a mais grave desde novembro de 2012, tem sua origem no sequestro no dia 12 de junho de três estudantes israelenses na Cisjordânia, cujos corpos sem vida foram encontrados dias depois.
O governo israelense acusou o Hamas e lançou uma campanha de detenções contra o movimento, que, em represália, começou a disparar foguetes a partir de seu reduto da Gaza.
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