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Israel intensificará campanha contra Hamas em Gaza

A aviação israelense já bombardeou 550 alvos do grupo islamita, e o governo autorizou a mobilização de 40 mil reservistas para uma possível operação terrestre

9 jul 2014 - 13h44
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<p>Soldados israelenses trabalham em seus tanques em uma &aacute;rea de teste perto da fronteira entre Israel e Gaza, em&nbsp;9 de julho</p>
Soldados israelenses trabalham em seus tanques em uma área de teste perto da fronteira entre Israel e Gaza, em 9 de julho
Foto: Ariel Schalit / AP

Israel prometeu nesta quarta-feira intensificar sua ofensiva contra o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza, depois de atacar pelo ar centenas de alvos e receber foguetes que chegaram a Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

"Decidimos intensificar os ataques contra o Hamas e as outras organizações terroristas em Gaza", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, depois que a aviação de seu país bombardeou 550 alvos como parte da operação "Barreira de Proteção", iniciada à meia-noite de segunda-feira.

Na véspera, o governo israelense autorizou a mobilização de 40.000 reservistas para uma possível operação terrestre.

"O exército está preparado para qualquer eventualidade", acrescentou Netanyahu, em um comunicado de seu gabinete publicado após uma reunião com os comandos da Defesa no sul do país.

O chefe de governo prometeu que "o Hamas pagará um preço alto por disparar foguetes contra cidadãos israelenses. A segurança dos cidadãos de Israel é a coisa mais importante".

O Hamas respondeu disparando 165 foguetes, alguns deles chegando a Jerusalém, Tel Aviv e inclusive à costa de Haifa, 160 km ao norte.

As operações israelenses deixaram até o momento 43 palestinos mortos, entre eles ativistas do Hamas, mas também mulheres e crianças, e mais de 300 feridos. Do lado israelense não foram registrados mortos ou feridos.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, por sua vez, acusou nesta quarta Israel de estar cometendo um genocídio em Gaza com esta operação militar.

"É um genocídio; matar famílias inteiras é um genocídio realizado por Israel contra nosso povo", afirmou Abbas em uma reunião de crise com a direção palestina na cidade de Ramallah, Cisjordânia.

O ataque mais sangrento ocorreu pouco depois da meia-noite em Beit Hanun, no norte de Gaza. Um míssil lançado contra uma casa acabou com a vida de um comando do movimento radical palestino Jihad Islâmica e de cinco de seus familiares, entre eles duas mulheres e duas crianças.

Também em Beit Hanun morreram em um ataque uma mulher de 40 anos e seu filho de 14, e a leste da cidade de Gaza dois irmãos de 12 e 13 anos, um bebê de um ano e meio e sua mãe.

Os Estados Unidos, a União Europeia, vários países árabes e o Irã pediram um fim imediato da violência, em uma região já agitada.

O Egito se somou aos apelos, mas minimizou as chances de mediar uma trégua, como já fez em escaladas de violência anteriores entre Israel e o Hamas. "Não há mediação propriamente dita", declarou um porta-voz da chancelaria egípcia.

Durante a noite, os aviões israelenses atacaram 160 alvos na Faixa de Gaza, tendo como alvos plataformas de lançamento de foguetes, postos de comando, casas e escritórios do Hamas, além de muitos túneis, segundo os detalhes fornecidos pelo general Moti Almoz, porta-voz militar.

"A operação se estenderá nos próximos dias", declarou o porta-voz, sem fornecer detalhes sobre uma possível operação terrestre.

"Estamos prontos para qualquer possibilidade, incluindo uma operação terrestre, se for necessária, embora este não seja o primeiro passo. De qualquer forma estamos preparados para isso, e por isso ordenamos a mobilização de 40.000 reservistas", explicou nesta quarta-feira o ministro do Interior, Gideon Saar, à rádio militar.

Apesar desta chuva de bombas sobre Gaza, os disparos de foguetes contra o território israelense prosseguiram.

Na manhã desta quarta-feira, dois foguetes lançados a Tel Aviv, o pulmão econômico de Israel, foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis Iron Dome, segundo o exército.

As sirenes provocaram um momento de pânico entre os habitantes e alguns se protegeram atrás de carros ou nos pontos de ônibus.

Mais tarde, dois foguetes disparados de Gaza caíram no mar em frente a Haifa, em um ato reivindicado pelo braço militar do Hamas. É a primeira vez que os projéteis alcançam o grande porto do norte de Israel, a mais de 160 km da Faixa.

O Hamas reivindicou na noite de terça-feira disparos de foguetes contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, onde as sirenes soaram e três projéteis caíram.

A nova espiral de violência, a mais grave desde novembro de 2012, tem sua origem no sequestro no dia 12 de junho de três estudantes israelenses na Cisjordânia, cujos corpos sem vida foram encontrados dias depois.

O governo israelense acusou o Hamas e lançou uma campanha de detenções contra o movimento, que, em represália, começou a disparar foguetes a partir de seu reduto da Gaza.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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