Israel não libertará palestinos se negociação de paz acabar
Israel não libertará o último grupo de presos palestinos que cumprem pena por delitos cometidos antes de 1993 se os EUA não conseguirem uma prorrogação de um ano das negociações de paz, publicou o jornal Yedioth Ahronoth. "Israel não pode deixar terroristas em liberdade e duas semanas depois Abu Mazen (o presidente palestino, Mahmoud Abbas) romper os pactos e ir à ONU", afirmaram fontes do governo israelense ao jornal.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu teme que uma vez terminado o prazo de nove meses acordados para a negociação, dia 29 de abril, Abbas se retire das conversas por causa da falta de avanços, e apele a comunidade internacional em busca de reconhecimento do estado palestino e de sanções contra Israel pela ocupação da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. "Se Abu Mazen quer os presos, deve pagar uma taxa de seriedade", justificaram as fontes.
Israelenses e palestinos estão à espera da apresentação pelo secretário de Estado americano, John Kerry, do documento com as bases para continuar o diálogo além dos nove meses, mas as recentes visitas à Casa Blanca de Netanyahu e Abbas não renderam frutos e os dois continuam entrincheirados em suas reivindicações. Sem guardar qualquer relação com esse documento, Israel deve libertar em breve o último grupo de 26 presos palestinos que estão detidos por crimes cometidos antes dos Acordos de Oslo na década de 90.
É a última leva dos 104 presos que Netanyahu aceitou libertar em troca de os palestinos não buscarem os organismos internacionais durante as negociações. Os primeiros 78 saíram de prisão em três rodízios que começaram em julho e foram até dezembro de 2013 e o quarto é esperado para o próximo sábado, 29, exatamente um mês antes de vencer o prazo das negociações.