Israel: palestina libertada denúncia más condições na prisão
A jovem de 14 anos negou que queria atacar os soldados em território ocupados pelo Estado israelense. Ela disse que passou frio e teria sido obrigada a assinar um papel escrito em hebreu
A palestina Malak al Jatib, de 14 anos, libertada na sexta-feira (13) por Israel depois de seis meses de prisão, negou neste sábado (14) que queria atacar soldados em territórios ocupados pelo Estado israelense e denunciou suas condições de prisão.
"Vou ter muitas coisas para contar a meus colegas quando voltar para a escola. Vou contar sobre o frio que passei na prisão", declarou Jatib em Beitin, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, onde vive.
"Depois de duas horas de interrogatório, um soldado me obrigou a assinar um papel escrito em hebreu", denunciou ainda. "Não cometi nenhum delito, não joguei pedras e nem tinha uma faca", complementou, referindo-se às acusações que pesavam contra ela.
Malak foi presa a caminho de casa quando voltava da escola no dia 31 de dezembro, e um tribunal militar posteriormente a condenou a dois meses de prisão.
O Clube dos Prisioneiros Palestinos declarou que foram deduzidas duas semanas de sua sentença devido a idade da jovem.
Segundo a acusação, ela pegou uma pedra para lançar contra carros em uma estrada utilizada por colonos israelenses perto da aldeia e também estava em posse de uma faca para atacar funcionários de segurança caso fosse presa.
Israel detém cerca de mil crianças por ano na Cisjordânia, muitas vezes sob a acusação de arremesso de pedras, de acordo com o grupo Defense for Children International Palestine.
A prisão de Malak atraiu os meios de comunicação à porta da casa de sua família e chamou mais atenção da opinião pública que o normal por se tratar de uma menina.
O Clube dos Prisioneiros estima que 200 menores palestinos estão detidos em prisões israelenses, mas apenas quatro são meninas, e Malak era a mais nova.
Na época de sua prisão, uma porta-voz militar israelense declarou que Malak foi condenada após um acordo judicial.
No entanto, segundo o pai da jovem sua confissão não tinha validade.
"Uma menina de 14 anos cercada por soldados israelenses vai admitir qualquer coisa", disse ele amargamente. "Ela iria admitir a posse de uma arma nuclear se fosse acusada", completou.