Inevitavelmente, a perda de vidas nos dois lados também é assimétrica. O número de vítimas entre os palestinos vem crescendo desde o início da operação israelense na Faixa de Gaza, território palestino pequeno e densamente povoado.
Israel argumenta que uma proporção significativa da infraestrutura do Hamas está localizada em áreas civis.
As Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) dizem que são cuidadosas e tentam evitar, ao máximo, atingir civis.
No entanto, algumas de suas táticas de combate são contestáveis: grupos de direitos humanos em Israel criticam o fato de militares israelenses terem como alvos casas de suspostos comandantes militantes palestinos, localizadas em áreas populosas.
O hábito de Israel de telefonar para moradores para alertá-los antes dos bombardeios não tem sido eficiente na redução do número de vítimas.
Mas quais recursos estão sendo usados pelos dois lados, enquanto a guerra vai se tornando o desfecho mais provável?
Arsenal palestino
O Hamas e outros grupos palestinos mais radicais em Gaza construíram um arsenal de foguetes obsoletos que, ao longo dos anos, aumentaram consideravelmente seu alcance. Este é um fator importante. Nenhum desses armamentos é sofisticado.
A maioria conta com tecnologia da era soviética e é composta por foguetes de artilharia construídos para serem lançados em grandes quantidades em vez de individualmente.
Alguns foram contrabandeados através de túneis vindos do Sinai, no Egito; alguns são fabricados em oficinas na Faixa de Gaza, apesar de muitos deles dependerem de peças contrabandeadas trazidas do Irã e da Síria.
Sistemas de baixo alcance incluem morteiros pesados e os foguetes Grad e Qassam, com alcance de até 48 quilômetros e 17 quilômetros, respectivamente.
Há também o foguete de longo alcance Fajr-5, conhecido como M75. Pode atingir uma distância de 75 quilômetros, ameaçando grandes cidades como Tel Aviv e Jerusalém.
Mas o uso do Fajr-5 traz grandes problemas práticos. O armamento é pesado e muito grande, com 6 m de comprimento. Requer operação mecânica e precisa ser posicionado em locais escondidos dos olhos intrometidos dos drones israelenses.
A última novidade é o aparente uso pelos palestinos do foguete Khaibar-1, um sistema ainda maior de longo alcance, que seria de fabricação síria.
O armamento teria sido utilizado no início deste mês e teria alcance de até 160 quilômetros, podendo chegar até a costa norte de Israel.
O alcance deste armamentos é um fator crucial, por ameaçar a população de grandes cidades israelenses.
Isso também significa o aumento da pressão no governo de Israel, de duas formas: de um lado empurra para o aumento do conflito, mas também lembra contra o potencial custo de um conflito aberto.
O problema para o Hamas e para outros grupos armados é a habilidade limitada de manter estas operações. Fontes do setor de serviços secretos de Israel sugerem que os grupos palestinos têm milhares de foguetes de menor alcance e, no máximo, apenas alguns sistemas que chegam a centenas de quilômetros de alcance.
Os líderes palestinos também estão atentos para o fato de que o novo governo do Egito tomou medidas para fechar muitos dos túneis entre a Faixa de Gaza e o Sinai, o que complica o fornecimento de mísseis e componentes no futuro.
Mas os combatentes palestinos não são totalmente passivos: claramente possuem planos de defesa bem elaborados para tentar evitar qualquer incursão israelense por terra.
Existem também uma infraestrutura subterrânea sofisticada, e as práticas operacionais israelenses, de outros combates contra os palestinos, foram cuidadosamente estudadas.
A resposta israelense
A resposta de Israel ao aumento dos ataques com foguetes tem natureza tanto defensiva quanto ofensiva.
O diversificado poderio aéreo isralense tem sido usado em uma série de ataques contra locais de onde os foguetes palestinos estão sendo lançados, lojas de armas e contra os elementos de comando do Hamas e de outros grupos.
Até agora isso não interrompeu ataques com foguetes, mas fez subir o número de mortos e feridos entre os palestinos.
Outro ponto importante da estratégia isralense, além das táticas ofensivas, é que éla conta com o sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro para defender a população civil.
O Domo de Ferro não consegue interceptar todos os mísseis; radares e sistemas de comando analisam onde os mísseis poderão cair e interceptam apenas aqueles que estariam indo em direção a áreas civis.
Além deste sistema, Israel também está se preparando para uma operação por terra, caso seja necessária. Já enviou três brigadas para a região da fronteira com a Faixa de Gaza e os reservistas foram mobilizados.
Futuro
Se os disparos de foguetes contra Israel continuarem, os ataques aéreos de Israel também vão continuar e o número de mortos entre os palestinos vai aumentar.
Outros países estão criticando cada vez mais o governo de Israel e o país já lançou uma ofensiva diplomática. Mas, novamente, se os disparos de foguetes não pararem muitos governos aliados vão perceber o tipo de pressão exercida contra o governo israelense.
E o Hamas está sendo pressionado também. A relação do grupo com o governo do Egito se deteriorou, eles estão com problemas financeiros e a maior parte de sua infraestrutura na Cisjordânia está sendo desmontada, o que deixa o Hamas isolado.
Paradoxalmente, a fraqueza do Hamas também é um problema para Israel. A alternativa ao poder do Hamas pode ser a anarquia na região, com grupos extremistas jihadistas assumindo o controle e outros combatentes chegando à região vindos do Sinai.
Isso não beneficiaria o futuro da segurança de Israel.
De qualquer forma os disparos de foguetes continuam e a possibilidade de uma incursão por terra aumenta.
Israel insiste que não quer fazer uma operação terrestre. Por outro lado, o maior "feito" do Hamas poderá ser desencadear esta operação.
1º de agosto- palestinos carregam o corpo de uma criança e de um adulto mortos em um ataque israelense contra um edifício na Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
1º de agosto - militar israelense caminha próximo a tanques que avançam em direção à Gaza
Foto: Tsafrir Abayov / AP
1º de agosto - crianças palestinas recebem tramento médico em um hospital de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
1º de agosto - palestinos carregam o corpo de um menino encontrado morto durante ofensiva israelense na vila de Khuzaa, no sul de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
1º de agosto - soldado israelense aponta sua arma contra manifestantes pró-Palestina em Gaza
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
1º de agosto - um jovem palestino carrega os pertences que sobraram após uma ataque do exército israelense contra sua casa em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
28 de julho - um menino palestino segura uma arma de brinquedo durante um protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, em Jerusalém
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - pessoas se reúnem ao redor do corpo de uma vítima palestina, morta durante um ataque israelense, em Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
28 de julho - um veículo militar isarelense volta à Israel após cruzar a fronteira em direção à Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
28 de julho - crianças palestinas carregam armas de brinquedo em manifestações realizadas em Jerusalém contra Israel
Foto: Ammar Awad / Reuters
28 de julho - uma mulher palestina beija o túmulo do filho, vítima da ofensiva israelense, no norte de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
26 de julho - prédios em Gaza são destruídos após ataque israelense
Foto: Ronen Zvulun / Reuters
22 de julho - mísseis israelenses atingem regiões da Faixa de Gaza, matando dezenas de pessoas
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem envolvido em uma bandeira do Hamas durante um funeral em Rafah, sul da faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
22 de julho - prédios de Gaza são destruídos por mísseis israelenses
Foto: Hatem Moussa / AP
22 de julho - um palestino observa partes destruídas da Torre Al-Shalam (Torre da Paz) atingida por mísseis israelenses em Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
22 de julho - chamas se espalham entre prédios após ofensiva israelense no bairro de Shijaiyah, na Faixa de Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - em forma de respeito à vítima, palestinos depositam cobertores e peças de roupa no local de sua morte, em Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
21 de julho - jornalistas fotografam os corpos de seis membros de uma mesma família mortos em um ataque de Isarel, no hospital Shifa, em Gaza
Foto: Khalil Hamra / AP
21 de julho - palestinos rezam próximo aos corpos de 17 pessoas de uma mesma família envolvidos pela bandeira do grupo Hamas
Foto: Hatem Ali / AP
16 de julho - um homem palestino chora enquanto segura no necrotério do hospital Shifa o corpo de seu irmão mais novo, morto em um bombardeio israelense em Gaza
Foto: Oliver Weiken / EFE
15 de julho - palestinos são fotografados próximos a uma casa destruída por um ataque israelense, em Rafah, no sul de Gaza
Foto: Lefteris Pitarakis / AP
15 de julho - tanques e tropas israelenses se concentram próximo à Faixa de Gaza
Foto: Baz Ratner / Reuters
15 de julho - uma unidade de artilharia móvel israelense dispara em direção à Faixa de Gaza
Foto: Nir Elias / Reuters
14 de julho - palestinos apagam incêndio causado por um ataque aéreo israelense em uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
14 de julho - um menino palestino caminha entre os escombros de uma casa destruída por mísseis israelenses
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
10 de julho - soldados israelenses dirigem um tanque em direção à fronteira entre Israel e Gaza, aumentado os temores da realização de um ataque terrestre
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - tanques israelenses são conduzidos até uma área de recolhimento, perto da fronteira entre Israel e Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - palestina chora a morte de familiares vítimas de foguetes lançados por Isarel, na Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - palestinos carregam o corpo de um homem morto durante um ataque com mísseis de Israel na cidade de Beit Hanoun
Foto: Khalil Hamra / AP
9 de julho - uma bola de fogo explode no céu instantes após um míssil israelense atingir um campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: AP
9 de julho - céu é encoberto por fumaça causada por explosão de míssil israelense na Faixa de Gaza
Foto: Ariel Schalit / AP
9 de julho - uma mulher palestina foge junto dos filhos após um ataque aéreo israelense em uma casa em Gaza
Foto: Majdi Fathi / Reuters
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Eyad Baba / AP
8 de julho - palestinos vasculham os destroços de um veículo após um ataque aéreo israelense no norte da Faixa de Gaza
Foto: Adel Hana / AP
8 de julho - vítimas dos foguetes lançados por Israel tentam resgatar alguns pertences após uma investida do exército israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos tantam recuperar alguns pertences após terem suas casas destruídas pela ofensiva israelense
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - palestinos observam destroços de uma casa bombardeada por Israel
Foto: Khalil Hamra / AP
8 de julho - mísseis disparados por Israel contra uma ofensiva do Hamas atingem regiões da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - palestinos observam o destroços de uma casa atingida por um foguete israelense
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
8 de julho - um míssil é lançado por uma bateria de "Iron Dome" (sistema de defesa de mísseis de curto alcance projetado para interceptar e destruir foguetes e bombas de artilharia), no sul da cidade israelense de Ashdod, vizinha a Faixa de Gaza
Foto: David Buimovitch / AFP
8 de julho - Uma mulher palestina é vista no meio de destruição, após um ataque militar israelense na cidade de Gaza
Foto: Mahmud Hams / AFP
8 de julho - Uma coluna de fumaça sobe a partir de edifícios, na sequência de um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza. Ataques israelenses mataram pelo menos 13 palestinos e deixaram outros 80 feridos
Foto: Moez Salhi / AFP
8 de julho - palestinos observam os destroços e destruição após bombardeios israelenses, na Faixa de Gaza
Foto: Reuters
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