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Kerry irá à Árabia Saudita para tratar da crise no Iraque

Para os Estados Unidos é fundamental a formação de um novo governo iraquiano que represente os interesses de todos os grupos étnicos e religiosos

25 jun 2014 - 14h25
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O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, participa de entrevista à imprensa na embaixada dos EUA, em Bagdá, em 23 de junho
Foto: Reuters

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, anunciou nesta quarta-feira que viajará na sexta-feira para a Arábia Saudita para abordar com o rei Abdullah a crise no Iraque devido aos avanços dos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL).

"O presidente (dos Estados Unidos, Barack) Obama me pediu que viaje à Arábia Saudita na sexta-feira para me reunir com vossa majestade o rei Abdullah para discutir assuntos regionais, incluindo a situação no Iraque e a luta contra a ameaça compartilhada do EIIL", disse Kerry em entrevista coletiva após a reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas.

Outro assunto que abordará com o rei saudita será o "apoio a uma oposição moderada na Síria", disse.

Kerry insistiu que essa "ameaça distante" pode ter "trágicas consequências" no Ocidente da maneira e no momento mais inesperados, e como exemplo citou o ataque no Museu Judeu de Bruxelas no dia 24 de maio que causou quatro mortos.

"Os aliados da Otan e o conjunto da comunidade internacional devem permanecer concentrados em combater o aumento do extremismo", enfatizou Kerry.

O secretário de Estado americano informou a seus colegas da Aliança Atlântica sobre a visita que acaba de concluir ao Iraque para tentar impulsionar uma solução negociada à crise, na qual pediu aos dirigentes curdos que contribuam à unidade do país.

Os EUA já manifestaram que está preparado para usar a força militar em ajuda ao Governo do Iraque, mas não enquanto existir um vazio de poder nesse país, por isso que vê como fundamental a formação de um novo governo que represente os interesses de todos os grupos étnicos e religiosos.

Perguntado pelas declarações hoje do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, que rejeitou a formação de um governo de "salvação nacional" por considerá-lo um "golpe contra a Constituição e uma tentativa de eliminar o processo democrático", Kerry disse que os EUA apoiam o progresso do processo constitucional no Iraque que desemboque na formação de um governo.

Ele lembrou que pediu a todos os iraquianos para deixar de lado suas diferenças e "se unirem contra o terrorismo", por isso que as palavras de Maliki estão "completamente em linha" com a conversa que mantiveram durante sua visita ao Iraque.

"Os Estados Unidos não estão desinteressados no que acontece na futura liderança do país, mas não vai sugerir quem deve estar no futuro governo do país", disse Kerry, ressaltando que esse trabalho "corresponde aos iraquianos".

"Estamos interessados em um governo que una os iraquianos", afirmou, além de pedir para "não se repetir erros do passado" e deixar que o povo iraquiano decida.

Em resposta a uma pergunta sobre a operação de drones e o envio de armas e material militar ao Exército iraquiano por parte do Irã, o chefe da diplomacia americana destacou que "seria preciso fazer a pergunta ao Irã", mas em qualquer caso pediu não fazer nada que possa "exacerbar mais a divisão sectária" no Iraque, que "já está em um alto nível de tensão".

"É importante que não ocorra nada que contribua para o extremismo", concluiu.

Foto: Arte Terra

EFE   
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