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Liga Árabe defende que intervenção na Síria tenha aval da ONU

2 set 2013 - 07h04
(atualizado às 09h10)
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O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, se mostrou favorável a uma intervenção na Síria com aval da ONU nesta segunda-feira e descartou que existam divisões entre os países árabes em relação à última resolução sobre o conflito sírio.

"O que pedimos é que a intervenção seja com aval das Nações Unidas", assegurou Araby em entrevista coletiva. O secretário também destacou que a resolução emitida ontem após a cúpula de ministros das Relações Exteriores dos países da Liga Árabe só contou com a rejeição do Líbano.

Os chefes da diplomacia dos países árabes não fizeram ontem alusão à intervenção militar reivindicada pelos Estados Unidos, apesar de pedirem à ONU e à comunidade internacional que assumam suas responsabilidades para "tomar as medidas dissuasórias necessárias" contra os autores do suposto ataque químico do dia 21 de agosto perto de Damasco.

"Qualquer ato para enfrentar ou castigar o regime sírio deve ocorrer no marco dos acordos da ONU, sobretudo porque os tratados de Genebra e das Nações Unidas criminalizam o uso de armas químicas nos conflitos armados", disse Araby.

Em alusão à possibilidade de que os Estados Unidos ataquem a Síria, o secretário-geral afirmou que "a ONU dá legitimidade para qualquer ato e, se alguém utilizar a força militar fora da legitimidade, fará de maneira unilateral". Araby qualificou as reações ao conflito sírio como próprias de "um novo tipo de Guerra Fria em nível internacional".

O secretário-geral frisou que sua organização sempre insistiu na importância de uma solução política para a Síria, mas considerou que agora a comunidade internacional deve resolver a questão do uso de armas químicas.

A oposição síria denunciou em 21 de agosto a morte de mais de mil pessoas em um suposto ataque químico do regime na periferia de Damasco, apesar do governo ter negado essas acusações e culpado os rebeldes pela ação. Na resolução de ontem, os países árabes "responsabilizam totalmente o regime sírio por este crime horrível e pede que todos os envolvidos sejam julgados perante tribunais internacionais como criminosos de guerra".

Guerra civil em fotos
AFP

O Terra compilou alguns dos principais materiais fotográficos disponibilizados ao longo destes mais de dois anos de guerra na Síria. Cada imagem leva a uma galeria que conta um episódio específico ou remete a uma situação importante do conflito.

Araby explicou que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, tem a responsabilidade sobre o uso de armas químicas em seu território, mas descartou que a Liga Árabe tenha acusado diretamente Damasco de ter cometido esse ataque.

A cúpula da Liga Árabe no Cairo, adiantada dois dias para dar uma resposta à intenção dos Estados Unidos de atacar a Síria, revelou ontem o apoio da Arábia Saudita a uma intervenção estrangeira e a rejeição de potências regionais como o Egito a uma ação dessas características.

Israel

Também nesta segunda-feira, o presidente israelense, Shimon Peres, defendeu a decisão de seu colega americano, Barack Obama, de pedir o aval do Congresso para uma ação militar na Síria. "Tem o direito de entrar em guerra com o apoio do Congresso, melhor que sem o apoio. Acredito que há razões para acreditar que conseguirá a aprovação", afirmou Peres, em uma entrevista à rádio militar por ocasião do Ano Novo judaico, que começa na quarta-feira.

"Não acredito que pesar as decisões equivalha a duvidar. Acredito que temos o direito de pesar o pró e o contra (...), e melhor antes que depois", completou Peres. "Tem (Obama) toda minha confiança no que diz respeito a Israel", concluiu.

Com informações da agência AFP

EFE   
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